A Adidas colecionou decisões erradas em sua pretensa invasão do mercado norte-americano. A multinacional alemã aparentemente montava uma sólida base nos Estados Unidos com a aquisição da Reebok e a assinatura de um contrato milionário com a NBA.
A Reebok, comprada por US$ 3,1 bilhões em 2005, parecida um excelente negócio. A nova subsidiária era uma marca consolidada nos Estados Unidos e daria uma cara local para a empresa alemã. No momento de sua compra, a Reebok também era a detentora do contrato de fornecedora de material esportivo de duas das grandes ligas do país: NBA e NFL.
Assim como a Nike fez com a Umbro, porém, a estratégia da Adidas foi esvaziar a marca, arrebatando o contrato com o basquete, após a assinatura de um acordo de US$ 400 milhões por 11 anos. Em 2011, a empresa abriu mão do acordo com o futebol americano, considerado oneroso. A Nike avançou algumas casas na disputa.
O compromisso com o basquete, por sua vez, não trouxe o retorno esperado. O consumidor parece mais fixado em grandes nomes do que em equipes. Assim, produtos oficiais de ícones da concorrente, como Michael Jordan, LeBron James, Kobe Bryant e Kevin Durant asseguraram o domínio de mercado para a Nike.
Pior: o fantasma da Under Armour começou a assombrar Herzogenaurach. A empresa de Baltimore contratou um astro em ascensão, Stephen Curry, obtendo bons resultados. A grande aposta da Adidas na modalidade, por sua vez, Derrick Rose, foi um retumbante fracasso diante das constantes lesões do armador do Chicago.
Com uma sangria em seus cofres e sem apresentar retorno satisfatório, a Adidas abriu mão de renovar com a NBA, cujo contrato vence em 2017.
A derrocada da Reebok, por sua vez, chegou a tal nível que a empresa deixou o esporte de alto rendimento e hoje investe na linha fitness. Periodicamente há boatos de venda da empresa para grupos de investidores. Talvez seja hoje o principal objetivo da Adidas: se livrar desse fardo, que perdeu valor de mercado.
Triste fim para o projeto de expansão para o oeste.