Aos poucos parece que o esporte no Brasil acordou para a revolução digital que sacudiu o mercado de TV na última década. A notícia de que o Inter vai ter uma plataforma própria de streaming é mais um sintoma disso.
O esporte é um gerador infinito de conteúdo. Com uma legião de fãs, ele permite que as pessoas tenham diversas formas de se conectar com clube, modalidade ou atleta. Com o alcance da TV na palma da mão do celular, ficou ainda mais fácil para o fã acompanhar aquilo que ele é apaixonado.
Nos Estados Unidos, a febre são os jogos ao vivo das ligas, que são as donas de canais próprios de televisão, num modelo baseado quando ainda havia apenas a TV a cabo como grande diferencial neste mercado.
A geração moldada pelo Netflix que chega agora, porém, traz uma nova realidade para o esporte. Um custo de produção mais baixo e um alcance bem mais pulverizado desse conteúdo.
O carro-chefe do mercado continuará a ser o jogo ao vivo, em TV grande, com a atenção voltada para aquilo. Mas o streaming é a realidade para a proliferação do conteúdo que não é o de alcance de massa para o torcedor.
Os clubes deverão lançar em breve mais e mais canais próprios para a transmissão dos eventos periféricos. E os esportes que não conseguem muito espaço na TV paga precisam se coçar para ter os meios próprios de divulgação do seu conteúdo para não perder a chance de falar com o consumidor.
A revolução digital começa a chegar no esporte brasileiro. E, mais uma vez, está na mão do esporte a chance de equilibrar a balança na sua relação com a mídia. Resta saber se eles estarão preparados para depender menos da televisão para falar com o torcedor.