Se o país não alcançou a meta de pódios e medalhas estabelecidas por COB (Comitê Olímpico do Brasil) e Ministério do Esporte, a Olimpíada do Rio 2016 serviu ao menos para jogar os holofotes sobre as entidades olímpicas e escancarar os problemas de má gestão.
Os imbróglios por que passam algumas confederações mostram que ainda impera administrações amadoras, mal-intencionadas ou incompetentes para gerir suas modalidades.
Por conta do Rio 2016, Ministério do Esporte e governo federal investiram mais de R$ 4 bilhões em preparação de atletas, compra de equipamentos esportivos e montagem de infraestrutura. Nem todo esse dinheiro foi bem gasto. Mas houve um efeito positivo. Com relações mais estreitas com o poder público, as federações tiveram que prestar contas e tornar seus mecanismos de decisão mais transparentes. Em um ambiente no qual clientelismo e nepotismo ainda imperam, muitas não estavam preparadas.
O curioso é que não nos falta hoje cursos para capacitar profissionais para a gestão esportiva. Nem mão de obra disposta a ganhar remuneração inferior pelo simples prazer de atuar na modalidade que um dia praticou ou é apaixonado.
A consequência da crise nas confederações vemos no momento, com destituição de diretoria no taekwondo, liminar contra dirigentes dos esportes aquáticos, pedidos de explicação no tênis, investigação no handebol e intervenção no basquete. O efeito negativo disso é a inércia administrativa temporária. Mas se servir para expurgar maus dirigentes e dar fim a verdadeiras dinastias, já terá valido a pena.