Se os Jogos Olímpicos seguem uma certa padronização, cobrir uma edição do evento tem algo único: a cor local que cada país consegue impor, de maneira mais bem-sucedida ou não, ao sediar a competição. No geral, Rio seguiu as normas do COI quanto ao padrão de excelência de entrega. Mas mostrou um pouquinho do seu jeito e sua cultura nesta Olimpíada.
Algumas boas ideias foram postas em prática nas instalações esportivas. Na arena de vôlei de praia, por exemplo, em vez do grupo de dançarinas das ilhas Canárias, que eram padrão na modalidade, o Rio colocou seus próprios animadores de torcida, homens e mulheres, sem abusar do sexismo para isso.
O atletismo implementou algo ainda mais inusitado e que funcionou muito bem para empolgar a torcida: a bateria do Salgueiro tocando durante a apresentação dos competidores nas provas de saltos, lançamentos e arremessos. Alguns atletas, como a britânica Lorraine Ugen, do salto em distância, até arriscaram uma sambadinha, para delírio dos torcedores.
Em que outra Olimpíada você verá algo semelhante? Talvez o Rio inicie uma nova tendência.
Como na Copa do Mundo de 2014, o Brasil mostrou mais uma vez que sabe fazer festa como ninguém, empolgando os gringos. Assim, no Live Site, dentro do Parque Olímpico, ou no Boulevard Olímpico, no Porto Maravilha, as festas e casas de patrocinadores atraíam multidões. Mesmo quem não tinha ingressos para torcer nas arenas, pôde curtir um pouco do clima olímpico por lá.
A brasilidade ressurgiu com força na cerimônia de encerramento, ao som de clássicos da música brasileira, passeando por diversos ritmos, como choro, samba, frevo, xaxado, baião, forró…
Na tribuna de imprensa, ao meu lado, jornalistas ucranianos, húngaros, moldavos e costa-riquenhos pareciam atônitos diante de nossa diversidade musical.
O Rio 2016 já é passado. Mas deixou uma bela história para ser lembrada.