Ao exaltar o pretenso retorno de marketing da contratação de Ronaldinho Gaúcho, o Fluminense deixa evidente que falta visão de negócios para os seus dirigentes.
Logicamente que um comunicado de uma rescisão amigável de contrato não deve destruir nenhuma das partes, mas o clube não pode assumir que houve um expressivo ganho de marca num negócio que durou menos de três meses e se provou ineficiente dentro de campo.
O clube precisa entender que o seu negócio é o desempenho esportivo. É isso que o torcedor espera do seu time, mais do que superávit fiscal ou grande arrecadação em marketing.
Ele quer tudo isso também, mas desde que seja revertido para uma boa performance dentro de campo. Ou de nada valerá investir dinheiro na compra de camisa, no pay-per-view ou no plano de sócio-torcedor.
Ronaldinho, quando foi contratado, gerou essa expectativa no torcedor do Fluminense. O time era o segundo colocado no Brasileirão, tinha uma equipe que empolgava e, ainda por cima, contratou Ronaldinho. Logicamente que houve um aumento de consumo. O torcedor viu ali a chance de o time vencer.
Mas, sem performance esportiva, o que era expectativa virou frustração. Ronaldinho não mostrou que valia o investimento, e o consumo foi caindo na mesma velocidade que o time na tabela de classificação.
Ronaldinho já tinha mostrado, no Flamengo, que não é bom vendedor. E, quando não há performance, ele vira pesadelo em vez de solução. A sorte do Flu foi que ele desistiu rápido de ser o vilão dessa história.