Uma das maiores vantagens de receber um grande evento esportivo é ter a oportunidade de mudar a imagem do país para a recepção de visitantes. Barcelona é o caso mais emblemático: a cidade foi transformada para os Jogos Olímpicos de 1992 e, hoje, o turismo representa 12% do PIB da Catalunha. Com a Copa do Mundo, a Rússia também quer a sua parte.
O Mundial chega ao país para dar força à imagem do país. Na prática, quem visita a Rússia sabe que o país conta com boa infraestrutura, povo amigável e belíssimas cidades. Mas, atualmente, Moscou e companhia ainda mantêm distanciamento de países ocidentais, onde há mais dinheiro para o turismo.
O problema é que, depois de quase um século de um país fechado e na condição de vilão do mundo ocidental, especialmente para os Estados Unidos, há muita gente que ainda enxerga a Rússia como um lugar sombrio e pouco amistoso.
Isso é um ponto complicado para o Mundial e até para os patrocinadores. No início deste ano, em um evento da Visa, o vice-presidente de marketing da companhia, Sérgio Giorgetti, chegou até a citar o fato, que as pessoas precisavam “perder o medo” de conhecer o país-sede da Copa.
Mas a missão da Rússia não é fácil, como ficou claro no lançamento do cartaz oficial da Copa. Na imagem, há uma série de referências ao período soviético. Não poderia ser diferente; esse foi o tempo áureo do país. Por outro lado, para parte do mundo esse foi o momento em que o país representava o medo. Para a Cortina de Ferro, era mais do que isso, era o terror, a opressão. Fatores que dificilmente serão driblados em um único evento.