A fantástica história envolvendo a Klar e seu projeto de patrocínio esportivo é mais uma prova de que o esporte vive condição semiprofissional no país. Por mais que tenhamos evoluído bastante nos últimos 20 anos, ainda conseguimos encontrar histórias que beiram o surreal.
É compreensível entender a situação dos clubes. Some a pressão trazida pela necessidade de ter desempenho com aquela vinda da falta de dinheiro. Adicione, a isso tudo, um mercado com poucas marcas investidoras. O que você faria quando aparecesse alguém interessado? A apresentação comercial é bonita, as credenciais são confiáveis, por que não aceitar esse novo parceiro?
Até mesmo o discurso do desconhecido é bom. A vaidade é atendida ao ouvir que o clube será responsável por ajudar aquela marca a crescer no mercado. Basta olhar o copo meio cheio para ir sem medo na aventura. Se o projeto vingar, você já tem um case para chamar de seu.
Mas como pode o maior clube esportivo do país, o clube de futebol mais bem-sucedido da década e um dos pilotos mais renomados da atualidade caírem nesse conto de fadas?
Uma semana depois de apresentar a Klar, o Corinthians já quase rompeu o negócio. Numa entrevista irresponsável, o presidente da empresa prometeu assumir o naming right da Arena Corinthians e, ainda, contratar Carlitos Tevez para o time. O conto de fadas se desfez ali.
Enquanto aceitar qualquer dinheiro para fazer negócio, sem se preocupar com quem é o seu parceiro, o esporte ainda deixará muita brecha para repetir vexames como esse.