Na última década, o mercado do futebol conseguiu multiplicar os desfasados valores que rondavam os direitos de transmissão. No entanto, parece que até agora os times insistem em ignorar um fator de amplo crescimento: o streaming.
Na verdade, apenas um clube fez questão de exaltar não ter negociado os direitos de transmissão via internet; o Flamengo manteve a propriedade para o período de 2019 e 2024.
É difícil mensurar o tamanho desse mercado específico porque ele ainda é pouco explorado no Brasil. Com futebol de base e outras modalidades, caso do NBB, ele tem sido mais valorizado, mas ainda sem valores consideráveis.
Mais ignorar a explosão do streaming hoje é surreal. Basta a lembrança de que a Netflix chegou ao Brasil em 2011 e hoje fatura mais que boa parte das emissoras abertas.
Para as emissoras, manter contratos de streaming é uma forma de proteção. O Premiere Play, por exemplo, está preso a uma assinatura de televisão a cabo. Sem um terceiro com essa propriedade, há menos concorrência.
Mas é difícil prever o comportamento do torcedor em 2024, considerando o quanto que o consumidor de TV já mudou nos últimos anos. Está na hora dos clubes olharem essa ferramenta com mais carinho, como já fazem as ligas americanas, por sinal.
Neste ano, até a Disney apostou no mercado ao comprar uma empresa especializada no segmento. Não dá mais para o streaming ficar de lado.