Qual show você escolheria? Aquele protagonizado por Coldplay, Bruno Mars e Beyoncé no intervalo do Super Bowl ou os dois dias de desfile no Carnaval do Rio de Janeiro?
A resposta, aqui, não leva em conta o gosto musical, mas a qualidade de organização de um show para oferecer entretenimento ao público.
A escolha passa, também, por uma análise mais profunda das diferenças que existem entre Estados Unidos e Brasil na organização de eventos.
Parece não existir permissão para o erro no show do intervalo do Super Bowl. Até mesmo a coreografia feita pelo público na arquibancada dá a aparência de que foi ensaiada.
É assim que o americano pensa na hora de produzir um espetáculo. O improviso não é aceitável, tudo tem de seguir o que foi programado.
Por outro lado, no desfile de escolas de samba pelo Brasil, a quebra de carros no meio da avenida parece fazer tanto parte do show quanto as formidáveis alegorias que dão um brilho único ao Carnaval brasileiro.
Cada qual a seu jeito, Super Bowl e Carnaval são espetaculares, mas os conceitos que movem os dois shows são completamente antagônicos.
Nos EUA, o improviso é palavra proibida. No Brasil, o improviso é parte integrante da nossa cultura.
Para um organizador de evento, o ideal seria unir a rigidez americana com o improviso brasileiro. Seria a melhor forma de reduzir os sustos e os custos causados pelo improviso, mas permitiria que a criatividade continuasse aflorada com a mudança de rumo no meio de uma dança.
Talvez nas Olimpíadas possamos ver a união desses dois mundos.