Há três anos, os Jogos Olímpicos de Londres foram anunciados como os mais “verdes” da história. O mesmo lema tenta ser empregado pelo Comitê Organizador do Rio 2016, que revelou falhas no legado sócio-ambiental durante o fórum “O Esporte como potencial econômico”, realizado na capital carioca no mês passado.
A sustentabilidade no esporte vai muito além de, simplesmente, cuidar do meio ambiente. O conceito está impregnado no pensamento de seus organizadores, na forma de planejar, construir, sociabilizar, brincar, comprar, viajar, enfim, em todas as ações relacionadas aos megaeventos.
Ainda que haja falhas no Rio 2016, o esporte olímpico é muito mais cuidadoso nesse aspecto. E não deveria ser assim. Ser sustentável no futebol é possível, mas longe da realidade do brasileiro. Quem não se lembra do impacto da imagem de torcedores japoneses recolhendo lixo após jogo da seleção na Copa do Mundo de 2014? Aquilo deveria ser a regra, não a exceção capaz de causar espanto.
O lapso não é da organização dos Jogos Olímpicos do Rio, ou de qualquer evento isolado realizado no país, é cultural. E não vamos encontrar algum esporte que replique mais o comportamento cotidiano do brasileiro do que o futebol. Se a base não corresponde, é a hora dos exemplos virem de cima. O futebol pode e precisar ser sustentável, mas faltam ações que demonstrem responsabilidade ambiental onde elas mais ecoariam.
Que o legado olímpico seja capaz de servir de exemplo ao esporte de maneira global, em todas as esferas. As futuras gerações agradecem.