Anderson Silva está longe do estrelato que atingiu no início da década de 2010. Na época, gozava de diversos patrocinadores e era difícil assistir televisão sem esbarrar em um comercial com o lutador. Hoje, em baixa no UFC, o atleta não conta com poderosa lista de parceiros, mas, ainda assim, está longe da impopularidade.
A primeira demonstração de prestígio de Anderson Silva para o UFC 208, disputado no último fim de semana, foi o valor cedido pela organização ao atleta. Foram US$ 820 mil pela luta, mais de R$ 2,5 milhões, a maior quantia já recebida pelo lutador. Nem mesmo em seu ápice, quando era campeão de sua categoria e disputava as lutas principais da noite, Silva ganhou tanto dinheiro por uma disputa.
O aumento da quantia se deve em parte ao grande apelo que Anderson Silva mantém no UFC. Para convoca-lo a uma luta, ainda não é barato. Há também nessa conta o fato que a organização tem pagado mais nos últimos anos. Na quantia obtida pelo brasileiro, por exemplo, US$ 20 mil são oriundos do contrato entre a liga de MMA e a Reebok, o que não existia no início da década.
Outro claro sinal de prestígio de Silva foi a audiência de sua luta. Em São Paulo, enquanto Silva esteve em evidência, a Globo conseguiu 11 pontos de média. O lutador já teve mais de 15 pontos de média na emissora, mas nunca em um horário tão complicado, depois das 3 horas da madrugada. Com a luta, canal mais que dobrou a média do horário e teve mais de 50% de participação entre as televisões ligadas.
O que Anderson Silva ainda não conseguiu reverter foi a desconfiança do mercado publicitário. Nos últimos anos, perdeu luta após fazer excessos de brincadeiras no octógono e ficou com fama de arrogante. Depois, foi pego em exame antidoping, o que naturalmente afasta empresas interessadas em associar a imagem a um atleta.
Além de gerar o reencontro com a vitória, o UFC 208 também ajudou Anderson Silva a recuperar sua imagem. O brasileiro se emocionou no fim da disputa e não segurou o choro. Ao adversário, o americano Derek Brunson, lançou palavras de agradecimento pela luta.
Nas redes sociais, o espaço foi aberto para agradecimento ao público brasileiro: “O que corre nas minhas veias hoje, é a vontade de ser mais feliz. Quando estou lutando, deixo o menino que cresceu num bairro pobre ser feliz plenamente e com muito orgulho que represento não só meus fãs pelo mundo, mas por onde luto, as cores verde e amarela do meu Brasil”.