A Fifa encontrou um argumento para aplacar a crise que assolou a entidade nos últimos dias: o balanço financeiro. Nesta quarta-feira, durante o congresso que ratificou a reeleição do suíço Joseph Blatter para comandar a entidade até 2015, o vice-presidente executivo e presidente do conselho de finanças da entidade, Julio Grondona, apresentou resultados financeiros recentes e usou isso para mostrar que a instituição vive um momento positivo.
A apresentação de Grondona foi relacionada ao período entre 2007 e 2010, época do terceiro mandato de Blatter à frente da Fifa. Nessa época, a entidade registrou lucro de US$ 631 milhões.
Grondona também mostrou que o fundo de reserva da Fifa somava US$ 1,280 bilhão em dezembro do ano passado. Com isso, por exemplo, a entidade investiu US$ 100 milhões na África do Sul, sendo US$ 80 milhões em projetos sociais de comunidades locais e US$ 20 milhões para cobrir custos de construção de acomodações de delegações.
A Fifa ainda anunciou um incremento no montante que ela investe em programas de desenvolvimento social. Segundo Grondona, a entidade colocou US$ 691 milhões nesse tipo de iniciativa durante o último triênio e prevê investir US$ 800 milhões nos próximos três anos.
Nos últimos três anos, a Fifa teve um faturamento na casa de US$ 4,189 bilhões. Desse montante, US$ 3,890 milhões são oriundos de receitas relacionadas à Copa do Mundo – venda de direitos de mídia e de ações comerciais, por exemplo.
“A África do Sul entusiasmou o mundo com um Mundial perfeitamente organizado e com 97% de lotação nos estádios. Os patrocinadores e a Fifa ficaram muito contentes”, declarou Grondona.
Em diferentes momentos, o dirigente argentino citou a evolução do fundo de reserva da Fifa como um exemplo de gestão da entidade. A instituição, que chegou a US$ 1,280 bilhão em dezembro de 2010, tinha apenas US$ 76 milhões em caixa em 2003.
O otimismo e os elogios do discurso de Grondona foram fundamentais para amenizar o clima na Fifa. A entidade vem sendo pressionada por uma série de esc”ndalos envolvendo compra de votos na eleição presidencial e na escolha das sedes da Copa do Mundo de 2018 e 2022.
Nesta quarta-feira, a despeito de todas as acusações e de todos os esc”ndalos, Joseph Blatter foi reeleito. Ele seguirá à frente da Fifa até 2015.