Aos trancos e barrancos, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) conseguiu formar uma seleção feminina para disputar o evento-teste dos Jogos Olímpicos. O grupo se apresentou nesta quarta-feira, em São Paulo, com 11 jogadoras.
O torneio será disputado na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca (zona oeste do Rio) e também terá a participação de Austrália, Argentina e Venezuela.
Insatisfeitos com a preparação da equipe para a Olimpíada, os clubes que disputam a LBF (Liga de Basquete Feminino) lançaram uma pauta de reivindicações no final de novembro. Exigiam a saída do técnico Luiz Augusto Zanon e que o planejamento fosse montado pelas equipes.
Acuado, o treinador pediu demissão alegando problemas de saúde. A CBB, porém, não atendeu ao protesto dos clubes e escalou o veterano Antonio Carlos Barbosa para comandar a seleção feminina.
Em sua primeira convocação, Barbosa viu sete das 12 jogadoras pedirem dispensa. Todas obedeceram ao boicote proposto por seus clubes, mas alegaram “problemas pessoais” para não integrar a seleção. Esse foi o caso de Adrianinha, Tainá e Tatiane Nascimento (América-PE), Gilmara e Joice (Corinthians-Americana) e Jaqueline e Tássia (Santo André).
A única equipe dissidente foi o Sampaio Corrêa (MA), que acabou se tornando a base da equipe, com seis jogadoras: Carina dos Santos, Iziane, Ramona, Palmira, Karina Jacob e Carina Felippus.
A pivô Clarissa, do Corinthians-Americana, foi a única a desobedecer ao boicote entre as equipes rebeldes. O time foi completado pela pivô Érika, que está sem clube, e por jogadoras de times que não disputam a LBF.
A última vez que os clubes fizeram movimento semelhante foi em 1984. Na ocasião, o Sul-Americano de Cúcuta ocorreu de maneira simultânea aos Jogos Abertos do Interior. Sem suas principais estrelas, a seleção feminina perdeu para a Colômbia na final. Foi a última vez que o Brasil não ficou com o título da competição.