O dono do Los Angeles Clippers, Donald Sterling, está sentindo na conta do seu time o preço de seu possível preconceito. Neste fim de semana, foram divulgados supostos áudios do executivo em diálogo com sua namorada; o discurso mantinha alto cunho racista. No domingo, as declarações repercutiram nas quadras americanas e, nesta segunda-feira, os patrocinadores do time repudiaram com veemência a questão.
A locadora de carros CarMax e a companhia aérea Virgin American romperam seus contratos com a franquia da NBA. No caso da primeira empresa, eram nove anos de parceria, insuficientes para segurar o investimento. “A CarMax acha as declarações atribuídas ao dono do Clippers absolutamente inaceitável”, declarou em anúncio.
Outros patrocinadores não tiveram atitude tão radical, mas eles foram enfáticos no repúdio às declarações. A maioria chegou a anunciar a suspensão do suporte ao clube. A Kia Motors, por exemplo, declarou que retirará as “propagandas e ativações de patrocínio com os Clippers”, mesmo que, “como fãs do esporte e do basquete, o patrocínio a jogadores e ao esporte permaneçam firmes”.
A Kia se juntou assim a empresas como a Red Bull e a State Farm, que afirmaram suspender o patrocínio, sem garantir o rompimento do contrato. Em suas declarações oficiais, a preocupação é com a investigação que será feita, dando a entender que eles irão esperar para confirmar toda a veracidade da história.
A questão veio à tona quando o TMZ, um site americano de celebridades, divulgou a suposta conversa de Donald Sterling. Em um áudio de cinco minutos, o executivo usa frases fortes, como “Me incomoda muito você querer aparecer ao lado de pessoas negras”. O executivo teria se irritado após a namorada ter publicado uma foto em uma rede social ao lado de Magic Johnson.
A reação na NBA foi imediata. O próprio Magic Johnson chegou a declarar que lamenta que os jogadores negros do clube tenham que jogar para alguém como Sterling. Até o presidente americano, Barack Obama, fez uma declaração sobre o assunto: “Quando as pessoas ignorantes querem anunciar sua ignorância, você realmente não tem que fazer nada, é só deixá-los falar. Foi o que aconteceu aqui. Os vestígios de discriminação ainda estão lá”.