A Gillette descobriu que há vida pós-futebol. Depois de ter patrocinado o uniforme do Flamengo no ano passado, a linha de desodorantes da marca concentrou esforços numa uma seara bem diferente em 2012. A empresa aumentou vínculo às artes marciais mistas (MMA), com destaque para um patrocínio ao reality show “The Ultimate Fighter”, encerrado no último sábado. E até aqui, a aposta tem sido bastante positiva.
Entre outubro do ano passado e maio deste ano, a Gillette dobrou o volume de venda de desodorantes. A marca é dona de 5,5% do mercado nacional nessa área atualmente.
“Nós estamos em um processo de construção de uma marca nova, que é a Gillette desodorantes, e por isso não isolamos as coisas. Sabemos que esse crescimento tem vários motivos, mas estamos muito felizes com o retorno e a repercussão da aposta no UFC”, declarou Fernando Souza, gerente de marketing da Gillette.
A Gillette foi pivô de uma grave crise no Flamengo em 2011. O patrocínio da marca foi levado ao clube pela agência 9ine, do ex-jogador Ronaldo, a despeito de a diretoria rubro-negra ter um acordo verbal com a Traffic para captação de acordos comerciais.
A negociação acirrou a relação entre Flamengo e Traffic, que parou de pagar parte dos vencimentos do jogador Ronaldinho Gaúcho. Isso também conturbou a relação entre clube e o camisa 10, que acabou deixando a Gávea em 2012.
Segundo dados da própria Gillette, a marca detém 17% do mercado de desodorantes no Rio de Janeiro hoje em dia. O número é reflexo da exposição gerada pelo Flamengo, mas também tem relação com a popularidade do MMA em terras fluminenses.
A ideia da marca é repetir nos próximos anos a aposta dos desodorantes no MMA. Entretanto, o perfil desses patrocínios ainda não foi estipulado pela empresa.
“A ideia é sempre buscar algo mais diferente. A linha de desodorantes nos dá abertura para isso, por ter um risco menor e um retorno maior”, completou Souza.