Na última semana, os três principais patrocinadores do revezamento da tocha olímpica viveram a primeira minicrise gerada pela ação, que começa amanhã em Brasília e vai até o dia 5 de agosto, quando a tocha chega ao estádio do Maracanã para ser acesa na abertura das Olimpíadas-2016.
Depois de o comitê organizador do Rio revelar que o preço da tocha, para o condutor, seria de R$ 1985,19, muitos usaram as redes sociais para pedir às empresas que patrocinam o revezamento para financiar o souvenir.
O problema é que, segundo a Máquina do Esporte apurou, Bradesco, Coca-Cola e Nissan, os três patrocinadores do revezamento, haviam combinado que não bancariam a tocha para os condutores, mesmo antes de o Rio-2016 definir o valor da tocha.
A Coca-Cola, porém, foi a primeira a divulgar que daria o mimo para seus convidados. Em conversa com a reportagem, a assessoria de comunicação da marca afirmou que isso já havia sido definido antes mesmo de o valor ter sido divulgado. Os 2.400 condutores selecionados pela empresa serão agraciados com o mimo.
Pouco depois, o Bradesco também disse sim ao projeto. A última a decidir bancar o custo da tocha foi a Nissan, que no final de semana decidiu assumir o gasto.
Isso deve levar a um aumento de R$ 3,5 milhões aos custos de Olimpíadas dos patrocinadores.
Segundo o Rio-2016, o maior problema do alto valor da tocha é o câmbio desfavorável. Desde que o revezamento começou a ser detalhado ao público, o comitê havia deixado claro que iria repassar o custo da peça para os condutores. Como o pagamento é em dólar, a conversão ficou alta.
A atitude do Rio é diferente da tomada pelo comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Londres, por exemplo. Na Inglaterra, parte do valor da tocha foi absorvido pelo comitê local. O artefato que havia custado £ 495 foi vendido para os condutores por £ 215.
Ao todo, 12 mil pessoas vão conduzir a chama olímpica pelo Brasil nos próximos 95 dias. Os patrocinadores têm direito a cerca de 6 mil indicações. Cada condutor pode comprar a tocha que usou para levar a chama.
A tocha chega amanhã a Brasília, quando inicia o revezamento.
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