O Grand Slam de Judô terá uma etapa em Brasília. Não terá mais. Terá de novo. Esse é o cronograma do que aconteceu com um evento que era visto pelo judô como um resgate da força do esporte no país. Agora, ao que tudo indica, a história chegou a um final feliz.
Tudo começou em abril, quando a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) costurou um acordo para que Brasília seja sede de uma etapa do Grand Slam, terceiro maior evento da modalidade, entre 6 e 8 de outubro.
“A volta do Brasil ao cenário internacional da modalidade vem para resgatar a credibilidade enquanto produto do judô brasileiro. Serão três dias de transmissão ao vivo para mais de 130 países. Foi um longo processo de negociação junto à Federação Internacional de Judô, mas o resultado fez valer a pena todo o esforço”, afirmou, à época, Mauricio Santos, executivo da MCS, agência de marketing da CBJ.
O problema é que, há duas semanas, uma nota divulgada no site da Confederação Brasileira de Judô pegou de surpresa representantes do governo do Distrito Federal, da Secretaria Especial do Esporte e dos patrocinadores da entidade. A CBJ disse que notificou a Federação Internacional de Judô de que havia decidido abrir mão do direito de abrigar a competição na cidade de Brasília. O motivo alegado pela entidade é de que não havia dinheiro suficiente para realizar a competição.
“Foram esgotados todos os esforços relativos à captação dos recursos necessários e em tempo hábil para a realização do evento”, disse a CBJ, em comunicado divulgado no dia 17 de julho.
LEIA MAIS: Judô vê resgate de força com Grand Slam no Brasil
LEIA MAIS: CBJ cancela Grand Slam e surpreende parceiros
LEIA MAIS: Análise: CBJ não pode derrubar reputação
A notícia caiu como uma bomba e gerou repercussões instantâneas.
“Não temos nenhuma dificuldade financeira de atender aos pleitos da CBJ. O governo tem três milhões de reais reservados para o evento. Essa era a obrigação que tínhamos com o Grand Slam, e o recurso está reservado”, afirmou, à época, o secretário de esportes do Distrito Federal, Leandro Cruz, em entrevista ao Globoesporte.com.
Foto: Divulgação
Desde então, a Máquina do Esporte apurou que houve negociações entre a CBJ e a Federação Internacional de Judô, o governo do DF e os patrocinadores da própria entidade. Havia possibilidade até de punição do órgão internacional em relação à CBJ caso a competição, que está no calendário oficial da modalidade, não fosse realizada.
Nesta quarta-feira (31), o Grand Slam foi confirmado para a capital federal em 2019 e 2020. O deste ano, entre 6 e 8 de outubro, servirá, inclusive, como um evento de qualificação olímpica para Tóquio 2020.
Em nota enviada à imprensa, a CBJ relembrou o passado e agradeceu o apoio de todas as partes para a realização do Grand Slam em território nacional.
Leia a íntegra abaixo:
“Após discussões com a Federação Internacional de Judô, o Governo de Brasília e Patrocinadores, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) tem o prazer de confirmar que vai sediar dois Grand Slams de Judô na cidade de Brasília em 2019 e 2020.
A CBJ tem uma longa história de judô e de organização de eventos internacionais. Além disso, o esporte é muito popular no país e atrai fãs de judô e amantes de judô de todo o mundo. Assim, durante muitos anos, a CBJ organizou Grand Slams no Rio de Janeiro, bem como o principal evento da Federação Internacional de Judô, os Campeonatos Mundiais, em 2007 e 2013. Em 2012, em Londres, com Sarah Menezes, e, em 2016, no Rio de Janeiro, com Rafaela Silva, o Brasil mais uma vez mostrou que era uma das principais nações do mundo do judô, ressaltando também que o esporte pode ser uma ferramenta incrível para mudanças sociais.
O Grand Slam de 2019 acontecerá em Brasília entre os dias 6 e 8 de outubro e será um evento de qualificação olímpica. Somos gratos às partes acima mencionadas pelo seu apoio e vamos organizar um evento de alto nível para os atletas. Bem-vindo de volta ao Brasil!“