País investe milhões para aproximar Ocidente com o esporte, mas sofre duras críticas
Redação - São Paulo (SP) Publicado em 09/01/2020, às 10h12
Os meses de dezembro e janeiro são intensos na Arábia Saudita. O reinado árabe decidiu fazer de suas cidades palco para diversas competições esportivas. Depois de receber a luta de boxe entre Anthony Joshua e Andy Ruiz Jr., em 7 de dezembro, e a Supercopa da Itália, agora Jidá, Riad e outros locais abrigam a Supercopa da Espanha e o Rally Dakar.
Ao custo de centenas de milhões de dólares, a Arábia Saudita tem tentado fazer o esporte mudar a péssima imagem do país internacionalmente. Acusada de violar direitos humanos e tendo sob suas costas o assassinato de um jornalista opositor do regime, a família real enfrenta agora críticas por tentar mercantilizar competições valiosas historicamente. E mostra que a estratégia pode acabar sendo uma furada.
O novo formato de disputa da Supercopa da Espanha, ampliado para quatro times e duas datas, encheu os cofres da Federação Espanhola. A entidade recebe US$ 45 milhões a cada edição do torneio realizada em solo saudita. Da mesma forma, a Amaury Sports Organization (ASO) fatura dezenas de milhões para levar para o país a disputa do Rally Dakar.
As reclamações de entidades, porém, têm se tornado tão volumosas quanto os milhões investidos pelos sauditas para ter eventos esportivos. Mais de 15 ONGs criticaram a ASO por aceitar levar o Dakar ao país, e questionaram como poderiam fazer o rali com mulheres pilotando se o país as proíbe de dirigir.
Já o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, disse que não se deve aceitar jogar em países "em que os direitos básicos das mulheres não são respeitados".