A passagem do River Plate pela segunda divisão do Campeonato Argentino será breve. O clube irá disputar o torneio durante a temporada 2011/2012 e, em agosto de 2012, já estará na divisão principal novamente. A afirmação não é um tratamento otimista quanto ao desempenho da equipe, mas de uma imposição da AFA, a Associação de Futebol Argentino.
A entidade fez uma reunião às pressas na noite da última segunda-feira. No evento, apresentou e aprovou uma nova fórmula para o Campeonato Argentino. A partir da temporada 2012/2013, a primeira e a segunda divisão serão unidas e todas as equipes disputarão o título principal. Para a próxima temporada, não haverá descenso; ou seja, não há chance do River Plate cair mais uma vez e ficar fora do novo torneio.
A proposta ainda tem que ser aprovada pela assembleia anual da AFA, que acontecerá no dia 18 de outubro. No entanto, segundo apuração do diário argentino “Olé”, o evento será apenas uma formalidade. Segundo um dos dirigentes que fazem parte do comitê da entidade, a pressa da escolha já indica que a decisão não deverá ser alterada.
Os 27 integrantes do comitê foram chamados na própria segunda-feira para comparecer à sede da AFA. A apresentação do novo formato do campeonato não durou mais do que quatro horas, tempo considerado insuficiente para os dirigentes avaliarem a viabilidade do novo torneio. Com a pressão dos clubes da segunda divisão e do River Plate, 22 participantes votaram a favor do projeto. Entre os clubes, apenas Newell’s Old Boys, Racing, All Boys e Vélez Sarsfield votaram contra.
Com essa urgência na aprovação do novo formato, algumas questões ficaram abertas para a temporada de 2012/2013. A primeira é a divisão de dinheiro que o Estado repassa aos clubes. Hoje são 415 milhões de pesos para os clubes da primeira divisão e 70 milhões de pesos para os times da segunda divisão. A própria transmissão do torneio fica sem solução por enquanto. Outra questão se refere à divisão de torcidas nos estádios. Hoje, a B da Argentina não pode ter torcida visitante, uma medida para evitar as ações dos “barra bravas”.
O novo Campeonato Argentino dá fim a uma fórmula que vigorava desde o início da década de 1990, com a divisão do torneio entre “Apertura” e “Clausura”. Outro detalhe que se encerra com a decisão é o rebaixamento por média de pontos. Criado para evitar o descenso dos grandes clubes, a queda de divisão só acontecia com a equipe que apresentasse a pior pontuação na média dos últimos três campeonatos. Não foi o suficiente para salvar o River Plate.