Encerrados os Campeonatos Estaduais no último fim de semana, voltam a pulular discussões na mídia sobre a utilidade de torneios dessa natureza para o futebol nacional, com argumentos de que essas competições estão fadadas ao desinteresse e ao fracasso. Mas, pelo menos em Minas Gerais, a visão não é exatamente essa.
O departamento de marketing do Cruzeiro fez um balanço sobre Campeonato Mineiro sob o aspecto financeiro. A conclusão é que ele gera, naturalmente, menos status e exposição do que participar de uma Copa Santander Libertadores, mas é financeiramente mais interessante em uma série de fatores, em certas circunst”ncias.
“Se você não chega pelo menos às semifinais da Libertadores, não dá lucro nenhum. Já o Mineiro dá lucro em função de retorno com publicidade, propriedades comerciais do estádio, publicidade estática e direitos de televisão, que aumentaram muito nos últimos anos”, analisa Marcone Barbosa, diretor de marketing da equipe mineira.
A competição continental, por outro lado, demanda gastos com viagens a outros países, alguns menos acessíveis do que outros, como Bolívia e Colômbia. “A logística é bem complicada, porque é preciso fazer voo fretado para conseguir uma boa rota, e ainda se gasta com hospedagem nos dias anteriores ao jogo”, acrescenta.
Para jogos realizados dentro de Minas Gerais, esses custos são praticamente inexistentes, porque a delegação cruzeirense deixa a capital Belo Horizonte de ônibus no mesmo dia da partida. Em termos de bilheterias, a Libertadores é bastante superior a qualquer jogo do Estadual, mas essa diferença se perde com esses gastos.