A aposta das principais ligas mundiais em serviços de streaming parece não fazer parte, por enquanto, dos planos da liga esportiva que foi o maior fenômeno comercial da última década. A liga de lutas UFC continua a usar o pay-per-view como principal meio de divulgação. E, no Brasil, seguirá com a trinca revelação de atletas, produção de eventos e PPV para crescer.
Em entrevista concedida à Máquina do Esporte no novo escritório do UFC no país, David Shaw, vice-presidente de conteúdo e negócios internacionais da liga, reforçou que o UFC tem, no Brasil, um de seus mercados mais estratégicos.
“O Brasil é um grande celeiro de atletas. Hoje, são noventa lutadores do país, o que significa que 15% de nossa base de lutadores é de brasileiros. Além disso, os acordos de conteúdo que temos aqui são dos melhores do mundo, assim como os acordos comerciais”, disse Shaw, que pontuou ainda dois novos mercados que a liga irá atuar nos próximos anos, Rússia e China, onde começaram a ter alguns combates para aproveitar o interesse que existe pelas artes marciais.
A realização de eventos faz parte da ideia da liga para se estabelecer nos países considerados estratégicos. O Brasil continuará a ter três eventos anuais. Além disso, por meio de geração de conteúdo exclusivo para o país, a liga promove novos atletas.
“Queremos criar conteúdos significativos, não só perfis ou atletas que representam a marca mas que nos conectem à base de fãs. Terminamos a primeira temporada de ‘Contender – Uma chance no UFC’, que foi um sucesso. É uma chance que temos não só para achar a próxima estrela do UFC mas para saciar a vontade por conteúdo local”, afirmou o executivo. A série foi exibida pelo canal Combate.
O streaming, por enquanto, tem servido para dar mais visibilidade a lutas de menor apelo e atrair novos assinantes do PPV. Para isso, a liga usa seus canais no Facebook e no YouTube. O foco no digital é crescer a base de fãs e, também, consolidar a marca UFC em outros meios, como o de games, onde há ações específicas.
“A gente tem alguns limites [comerciais] para o streaming. Há um ano, nossos canais em redes sociais já passam as lutas preliminares do UFC, que é uma forma de as pessoas terem acesso a lutas que não passam no Combate sem pagar nada”, disse Rafael Corassa, diretor de conteúdo digital e redes sociais do UFC no Brasil.
Veja a reportagem completa sobre os planos do UFC no Brasil no vídeo abaixo: