O Brasil perdeu para a Colômbia com uma atuação pífia na última quarta-feira. Ainda assim, o jogo teve audiência superior à da novela das 21h, Babilônia, ícone do prime time da TV brasileira. É um fato: a Copa América, um dos epicentros da crise do futebol mundial, chegou para mostrar que o torcedor se importa mesmo é com a bola rolando. E, assim, o escândalo que parecia assolar todo o esporte há três semanas começa a esfriar.
O caso vem perdendo força na mídia. As marcas voltaram a ativar seus produtos. Novos contratos de patrocínio foram assinados. E, pasmem, surgem os primeiros rumores de que a renúncia de Joseph Blatter foi apenas uma estratégia para apaziguar os ânimos exaltados e pode não ser efetivada.
O público dá de ombros para tudo isso. Faz parte da cultura do torcedor fazer cobranças apenas sobre o que lhe convém: resultado. Resta ao mercado e à mídia o papel de fomentadores da memória recente – e pouco decente – da corrupção que insiste em macular o futebol.
Depois de todas as revelações de suborno, fraudes e mais uma coleção de contravenções, não há espaço para mais uma geração de blá blá blá. É difícil não cair no clichê de que é hora de mudança, mas é preciso entender que se há um ponto final nesse capítulo sujo, ele passa pelo comportamento de quem, de fato, faz a diferença.