Com promessa de repasses milionários e captação de milhares de novos clientes, os bancos digitais têm, aos poucos, ocupado o espaço da Caixa no papel de principal patrocinador dos times brasileiros. Nas últimas semanas, o BMG assinou com Corinthians e Atlético Mineiro, enquanto o Cruzeiro assinou com o Banco Renner. Mas quem tem propriedade para falar em números reais é o Banco Inter, pioneiro nessa história com a parceria com o São Paulo.
A Máquina do Esporte conversou com o vice-presidente de relações institucionais do Banco Inter, Alexandre Riccio de Oliveira, para avaliar se de fato um banco com a marca de um clube é uma estratégia tão efetiva quanto os novos patrocinadores têm afirmado; o presidente do Banco Renner, João Urbaneja, chegou a falar que um milhão de novos clientes com o Cruzeiro no primeiro ano seria “aceitável”.
Foto: Reprodução / Twitter (@SaoPauloFC)
“O objetivo era impulsionar o conhecimento de marca, ter grande visibilidade, grande exposição da marca. Ocupar um espaço e ter uma composição importante no mix de marketing do banco. Tínhamos um investimento maior no meio on-line, mas, quando vamos para o off-line, essa associação de marca é importante para as pessoas fixarem a marca. Esses dois anos foram superpositivos”, disse Oliveira.
O futebol ajudou o Banco Inter a ter maior credibilidade para um público ainda pouco acostumado com bancos digitais. E o número de clientes com conta do São Paulo é significativo, mas longe das altas cifras citadas por BMG e Banco Renner.
Hoje, o Banco Inter conta com 1,4 milhão de correntistas. Desse número, menos de 10% estão associados diretamente ao São Paulo, com acesso pela conta por meio do aplicativo para os torcedores e cartão com a imagem do Morumbi.
O que não significa que a estimativa mais otimista não tenha qualquer cabimento. As instituições digitais têm apresentado notável crescimento; o Banco Inter tinha apenas 8 mil correntistas em 2016 e hoje tem clientes espalhados por mais de 5 mil municípios. As expectativas são altas para o futuro em curto prazo.
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“Nos próximos cinco anos, nós vamos ver um movimento de muitos players do mercado. Lá na frente, poucos terão uma posição vencedora, com uma escala muito maior. Mas passados esses cinco anos, nós teremos um mercado de bancos digitais, que hoje beira os 10 milhões de clientes, com um mercado de 40, 50, 60 milhões de clientes, gerando uma concorrência real para o sistema, para a concentração dos cinco grandes bancos do Brasil”, finalizou Oliveira.