O Brasil sediará neste ano, em São Paulo, a primeira edição do Mundialito de clubes de beach soccer. Com isso, reforçará uma aposta local para a modalidade. Pensando em se distanciar da imagem de esporte exibição e tentando fomentar a criação de categorias de base, a organização do futebol de areia no Brasil decidiu apostar no vínculo com equipes de futebol de campo.
Atualmente, o calendário do beach soccer no Brasil prioriza jogos entre seleções. Isso vale tanto para o “mbito interno (confrontos entre equipes que representam Estados) quanto para duelos que envolvem a equipe nacional. Um exemplo foi a Copa Latina da modalidade, realizada no último fim de semana, que teve participações de Brasil, Argentina, México e Uruguai.
A participação de clubes de futebol de campo nesse cenário ainda é incipiente, e a ideia do Mundialito é desenvolver isso. A organização ainda não fechou a lista de participantes, mas o Brasil terá dois representantes e o Corinthians deve ser um deles.
“Com os clubes, teremos um ganho de mídia significativo. A paixão que existe pelos times é muito maior do que a relação que as pessoas têm com a seleção ou com as regiões”, ponderou Daniel Robles, gerente de eventos esportivos da agência de marketing esportivo Koch Tavares.
A ideia é que essa paixão sirva para três focos: aumentar o número de entrantes na modalidade, rechear o calendário e destruir o estigma que se criou na década de 1990, período em que o beach soccer se popularizou. Naquela época, a ascensão da categoria foi puxada por seguidas exibições na TV aberta e pelo uso da seleção brasileira, muitas vezes reforçada por ex-ídolos dos gramados.
Naquela época, jogadores de beach soccer recebiam cachê por apresentação. Isso reforça o quanto a modalidade foi desenvolvida em torno da TV. A evolução fez com que eles passassem a assinar contratos, sobretudo porque a Europa já popularizou equipes da modalidade.
Pensando nisso, o Mundialito também pretende se aproveitar da imagem desses clubes. Haverá convites para equipes do porte de Boca Juniors (Argentina), Sporting Lisboa (Portugal), Lokomotiv (Rússia) e Roma (Itália), por exemplo.
“O beach soccer é um esporte muito ligado ao topo da pir”mide. Temos eventos e a seleção, mas precisamos desenvolver essa base. E achamos que é possível fazer isso com os clubes”, completou Robles.
O Mundialito será realizado entre os dias 20 e 27 de março, na represa de Guarapiranga (SP). A TV Globo é parceira do evento, mas ainda não divulgou o cronograma de exibição de partidas em rede aberta.
* O repórter viajou a Rio Quente como convidado da organização da Copa Latina de beach soccer.