As imagens de torcedores do Grêmio hostilizando o goleiro Aranha, do Santos, por causa da cor de sua pele levantaram mais uma vez o debate sobre o aumento das manifestações de cunho racistas no esporte brasileiro.
Desde 1997, o beisebol americano dá uma aula de como tratar o tema de inclusão dentro do esporte. Em 15 de abril daquele ano, a Major League Baseball decidiu aposentar a camisa 42. De todos os times. Foi com o número 42 às costas que, 50 anos antes, Jackie Robinson entrou em campo pelo Brooklyn Dodgers, tornando-se o primeiro jogador negro a atuar pela MLB.
A decisão foi a forma encontrada pela liga para homenagear o primeiro negro a jogar num esporte permitido só para brancos.
Em 15 de abril de 2004, a liga foi além e estabeleceu o “Jackie Robinson Day”, em que todos os jogadores entram em campo para jogar com a camisa 42. Todo dia 15 de abril é assim.
Quatro anos depois, foi a vez de o New York Mets homenagear Robinson. No novo estádio do clube, o Citi Field, foi criada a Jackie Robinson Rotunda. O local, que fica bem na entrada do estádio, tem um enorme número 42 em azul, além de frases e fotos do histórico jogador.
A Rotunda é uma espécie de parada obrigatória dos torcedores. Todos tiram fotos ao lado do número. Ao mesmo tempo, o beisebol reforça o caráter de união do esporte.
A reportagem da Máquina do Esporte esteve presente na última sexta-feira para acompanhar o jogo entre Mets e o Phillies. Antes e após o jogo, os torcedores passam invariavelmente pelo número 42 para deixar registrada uma foto.
Além disso, o espaço é usado para relacionamento de patrocinadores com a torcida. O Citi, detentor do naming right do estádio, por exemplo, usa a Rotunda para que clientes possam fazer upgrade de assentos na arquibancada.
* O repórter viaja a convite da ESPN