Descontente com o tratamento que a Globo vem dispensando à Fórmula 1 nas últimas temporadas, Bernie Ecclestone cobrou entusiasmo da emissora para que a categoria volte a crescer no Brasil.
O homem-forte do automobilismo mundial reclama, principalmente, das coberturas feitas em estúdio, sem narradores e comentaristas nos circuitos.
“Acho que agora (com a nova estrutura de boxes) as pessoas daqui vão se interessar mais pela corrida. Só precisamos fazer com que a Globo fique um pouco mais entusiasmada. Precisa ser assim. O México está chegando nos brasileiros [em relação ao interesse pela pela F-1]. A Globo precisa nos ajudar um pouco mais”, disse o dirigente,
O próprio Galvão Bueno, principal narrador da F-1 no país, reclamou da situação durante a prova disputada no México na semana passada. No Instagram, o jornalista postou uma foto lamento ter de acompanhar a corrida pela TV.
“É muito estranho depois de 40 anos ficar em casa e assistir a F1. Mas….. A Globo não está fazendo ……”, escreveu Galvão Bueno.
Título de Hamilton teve pouca repercussão no Brasil
A Globo, em um histórico de baixos números com a Fórmula 1, optou por não transmitir a corrida que deu a Lewis Hamilton o tricampeonato, há duas semanas; a reta final do Campeonato Brasileiro teve prioridade. No início da madrugada, um resumo foi apresentado, o que gerou cinco pontos de audiência em São Paulo.
Em comparação, o título de 2008 de Hamilton foi a última grande audiência da Fórmula 1 no Brasil. A corrida foi disputada em São Paulo, e o brasileiro Felipe Massa ainda tinha possibilidade de vitória no campeonato. Foram 33 pontos de média.
O fim melancólico da temporada esteve longe de ser uma surpresa, considerando o histórico recente. Após mais um ano com índices baixos, a Globo até tentou inovar na transmissão, com um formato mais descontraído, com convidados. Ainda assim, a disputa chegou a marcar pontuações abaixo do esperado. No GP da Malásia, um recorde negativo, foram apenas três pontos de média.
Um dos eventos que sofreu com esse processo foi a transmissão do treino de classificação, cada vez mais reduzido nos últimos meses. Atualmente, a Globo exibe um flash de poucos minutos para contar com o que aconteceu.
E não foi só no Brasil: de 2008 para 2015, muito mudou nas transmissões para a Europa. A própria Fórmula 1 anunciou que a temporada de 2014 perdeu 25 milhões de telespectadores em relação ao ano anterior.
Nesse caso, trata-se da consequência da passagem da Fórmula 1 para canais pagos em uma série de mercados nas últimas temporadas, inclusive na Inglaterra de Lewis Hamilton. No Brasil, o evento ainda resiste na televisão aberta.