Após o tsunami que sacudiu a Fifa no final de maio, o presidente da entidade, Joseph Blatter, culpou as confederações continentais pela crise de imagem sofrida pelo futebol. Em entrevista ao jornal suíço “Weltwoche”, o dirigente eximiu a Fifa de culpa nos escândalos da modalidade.
Blatter disse que a federação que preside não fez nada errado e que não pode ser responsabilizada por ações de dirigentes das entidades da América. “Não há irregularidades sob influência direta da Fifa. Nossa participação nos contratos assinados pelas confederações é praticamente zero”, destacou ele.
Questionado se tem alguma responsabilidade como presidente da Fifa, Blatter respondeu que os delitos acontecem em todas as esferas. “É impossível eliminar totalmente o roubo e o assassinato, mesmo com sistemas judiciais que funcionam bem”, afirmou.
A Fifa viu sua imagem ser arranhada depois que 14 executivos de marketing e altos dirigentes do futebol mundial, entre eles alguns membros da entidade, serem acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude fiscal pela Justiça dos Estados Unidos.
Ontem, Chuck Blazer, que ocupou por 21 anos o cargo de secretário-geral da Concacaf (Confederação da América do Norte, Central e do Caribe), foi expulso da Fifa pelo Comitê de Ética da entidade. O norte-americano foi uma das principais fontes da Justiça dos Estados Unidos para a prisão de sete dirigentes.
Blatter, por sua vez, dá novamente mostras de que pode voltar atrás na decisão de renunciar ao cargo de presidente. O suíço afirmou que “a princípio” não é possível permanecer à frente da Fifa, mesmo se pedirem que fique. O dirigente também afirmou que muitas das críticas que recebeu se devem a inveja.