A diretoria do Botafogo aceitou, na última sexta-feira (26), o projeto que praticamente terceiriza a gestão do clube para um fundo de investimentos formado por pessoas que são torcedoras do clube, entre eles os irmãos Moreira Salles, fundadores do Unibanco e donos de uma fortuna avaliada em mais de R$ 10 bilhões.
Pela proposta, montada pela consultoria EY, o fundo de investimentos se comprometeria a investir R$ 300 milhões para sanar as dívidas de curto prazo do clube e, posteriormente, manteria investimentos anuais no Botafogo para conseguir quitar os mais de R$ 700 milhões que o clube deve e voltar a ter um time de futebol competitivo.
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“O que será feito é uma cessão de direitos. É a cessão de direitos dos ativos do Botafogo e da operação do futebol para a SPE (Sociedade de Propósito Específico). O prazo determinado para isso é de 30 anos. Haverá um fundo para captar o dinheiro para pagar todas as dívidas de curto prazo e longo prazo. Em troca, (o fundo) receberá uma remuneração. Com 30 anos, acaba e devolve ao Botafogo. Certamente toda a dívida estará paga”, afirmou Alexandre Rangel, sócio da EY, em entrevista ao Blog do Rodrigo Mattos.
O projeto agora precisa ser aprovado pelo Conselho Deliberativo do Botafogo para, então, o fundo de investimentos iniciar um processo de “due dilligence” para avaliar as contas do clube. Caso as dívidas de curto prazo ultrapassem os R$ 300 milhões, o projeto poderá ser abortado.
De acordo com Rangel, os próximos dias e meses serão cruciais para a proposta ser concretizada. O Botafogo terá até o final do ano para criar a SPE e poder fazer o registro na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com o novo CNPJ para disputar as competições.
“O Conselho Diretor do Botafogo aprovou a continuidade do trabalho. Vamos conseguir um compromisso formal, um memorando de entendimento para começar a trabalhar na operação. Vamos levar ao Conselho Deliberativo para aprovação. Isso vai aprovar com cláusula condicionante dos dois lados. Do Botafogo, desde que os investidores aportem esse dinheiro. Dos investidores, aprovam desde que o ‘due dillegence’ não apresente um valor a mais”, complementou Rangel.
A entrega da gestão a terceiros é similar ao que fez o Botafogo-SP, de Ribeirão Preto, que atualmente é gerenciado por investidores de um fundo que tem à frente Adalberto Baptista, ex-diretor do São Paulo e pertencente à família dona do Grupo Aché.