O COB (Comitê Olímpico do Brasil) evitou comentar o fracasso da meta ousada de colocar o país no top 10 nos Jogos do Rio. Em entrevista coletiva no Espaço Time Brasil, na Barra da Tijuca, o presidente do comitê, Carlos Arthur Nuzman, preferiu exaltar a campanha que colocou a equipe nacional na 13ª posição no total de medalhas.
“O objetivo não é meramente numérico, é o todo, abrangendo o que vai ficar de legado. E acho que o reconhecimento feito ao trabalho do Time Brasil, em termos nacionais e internacionais, é altamente favorável”, afirmou o dirigente.
“É um contexto de finais e de quartos e quintos lugares que refletem a qualidade do trabalho que foi feito pelo COB e pelas Confederações Brasileiras Olímpicas”, acrescentou.
A meta do COB e do Ministério do Esporte, porém, não foi atingida. Para integrar o seleto grupo dos dez países mais medalhados no Rio 2016, o governo federal realizou um total de investimentos de R$ 1,4 bilhão no último ciclo olímpico. Durante esse período, atletas foram beneficiados pelo Plano Brasil Medalhas. Vários integram as forças armadas, recebendo salários como oficiais e usufruindo da infraestrutura esportiva da caserna.
Se, com tudo isso, a meta não foi atingida, ao menos o Brasil pôde comemorar a melhor campanha em sua história olímpica com a conquista de 19 medalhas (7 ouros, 6 pratas e 6 bronzes). O país foi premiado em 12 modalidades diferentes, outro recorde.
Também obteve alguns feitos inéditos. Pela primeira vez, subiu ao pódio na canoagem e na maratona aquática. Ganhou seu primeiro ouro no boxe, no futebol e na vela feminina. Retornou ao lugar mais alto do pódio no vôlei masculino após 12 anos. E voltou a conquistar medalha no tiro esportivo depois de 96 anos.
Na ginástica artística, pela primeira vez conquistou dois lugares no pódio na mesma prova com a prata de Diego Hypolito e o bronze de Arthur Nory no solo. Isaquias Queiroz, por sua vez, conquistou duas pratas e um bronze na canoagem velocidade, tornando-se o brasileiro que mais vezes esteve no pódio em uma edição olímpica.
“Na nossa concepção, uma potência olímpica está no top 10 do quadro geral de medalhas e conquista medalhas em mais de dez modalidades. Conquistamos medalhas em 12 modalidades e chegamos muito próximo do top 10. O COB trabalha para que o Brasil seja uma potência olímpica e estamos no caminho certo”, disse Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de esportes do comitê.
Para Tóquio 2020, o comitê pretende traçar meta de desempenho ainda este ano. É provável que o objetivo de estar no top 10, apesar de competir fora de casa, seja mantido.