O Campeonato Brasileiro de 2019 registrará um recorde de marcas próprias como fornecedoras de material esportivo dos clubes. Dos 20 times que vão disputar a Série A neste ano, três ostentarão marcas que pertencem ao próprio clube: o Bahia e os recém-promovidos Fortaleza e CSA.
O número recorde de times com marcas próprias mostra uma tendência que vem tomando conta dos clubes de médio e pequeno porte, com apelo num mercado mais regionalizado. Essa onda teve início no ano de 2016, quando o Paysandu começou a apostar numa produção própria para atender à demanda do público no Pará. Em um ano, o clube conseguiu chegar a um recorde de R$ 6 milhões de faturamento, suprindo uma ausência de camisa nas lojas que sempre existiu.
Hoje, o Paysandu conta com loja on-line para atender à demanda de outras cidades, e concentra os esforços em vendas no mercado local. Com esse modelo, o clube acabou incentivando outras equipes a embarcarem nas marcas próprias.
No final do ano passado, o Bahia foi o primeiro clube da Série A a adotar esse modelo. A expectativa do clube é saltar de uma arrecadação de R$ 800 mil para R$ 4 milhões, já sem os custos de produção e manutenção das lojas. Com cerca de 1,8 milhão de torcedores, o Bahia é o maior clube do país a ter marca própria, batizada de Esquadrão.
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Na Série A de 2019, ele terá a companhia de CSA e Fortaleza, recém-promovidos à competição, como times que possuem marca própria na camisa. O Fortaleza adotou a marca própria logo após o Paysandu. Desde outubro de 2016, o clube tem a Leão como fornecedora do material esportivo. Quando completou dois anos da empreitada, a equipe celebrou um recorde de faturamento mensal: R$ 1,3 milhão, turbinado pela coleção de comemoração do centenário do clube.
Já o CSA completou, em 2018, o primeiro ano de operação da marca própria. O clube alagoano entregou para a MM Manager Sport a gestão do negócio. A empresa foi criada por Alberto Maia, ex-presidente do Paysandu, que passou a oferecer consultoria aos clubes interessados na criação de marcas próprias.
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Por trás do sucesso do modelo de negócios está a própria dificuldade das grandes marcas em atender mercados menores. Assim, quando passam a gerenciar eles mesmos a operação, os clubes atendem à demanda que os grandes não têm interesse pela baixa lucratividade. Com mais times na Série A, as marcas próprias podem virar regra na maioria dos clubes. Hoje, 16 times no país usam esse modelo.