A debandada de empresas que marcou o vôlei nos últimos tempos colocou o modelo do esporte, calcado no setor privado e em naming rights, em xeque. Novo responsável pelo marketing da Confederação Brasileira de Basquete, José Carlos Brunoro começa a se aprofundar na nova modalidade, e já vê o basquete tomando um rumo mais seguro. Para o executivo, que tem grande história no vôlei e é um dos maiores especialistas em marketing esportivo do país, a criação da Liga Nacional de Basquete (LNB) é um grande avanço. O distanciamento da CBB e a busca por propriedades diferentes para os patrocinadores podem, segundo Brunoro, diferenciar o basquete daqui a algum tempo. ?Hoje é muito difícil você tirar do vôlei a cultura do time com nome de empresa, e os clubes de basquete já estão se alinhando a essa nova estrutura. Vai trocar o nome do patrocinador pela visibilidade dele, que vai vir de diversas formas?, disse o especialista. Um dos grandes artífices da campanha vitoriosa de Carlos Nunes, que assumiu a CBB na semana passada, Brunoro adianta que a entidade deve focar seus trabalhos nas seleções. O planejamento, no entanto, ainda depende de um diagnóstico geral que está sendo feito, e deve ficar pronto daqui a cerca de 40 dias. Mesmo projetando um futuro de expansão para a modalidade, Brunoro ainda prefere manter a cautela quanto ao posicionamento do basquete na preferência dos brasileiros. O dirigente entende que nem mesmo o mau momento do vôlei coloca em dúvida o posto de segundo esporte do país. ?A instabilidade de hoje é dos clubes, e não das seleções. Hoje nós temos de pensar em fazer um trabalho forte nas seleções e ampliar o número de praticantes, para depois pensar em números desse tipo?, concluiu.