O projeto para alterar a Lei Pelé e facilitar a transformação de clubes em empresa ganhou um novo impulso nesta quarta-feira (11), quando dirigentes de clubes de futebol se reuniram para um café da manhã na casa do deputado federal Rodrigo Maia, em Brasília, para debater o tema.
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Participaram do encontro, além de representantes de 14 clubes e do próprio Maia, o seu colega Pedro Paulo, que será o autor da proposta que deve ser apresentada dentro de alguns dias na Câmara dos Deputados, e o ex-jogador e atual senador Romário, que será relator do projeto assim que ele entrar no Senado Federal.
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Segundo apurou a Máquina do Esporte, Pedro Paulo apresentou aos dirigentes os principais pontos do seu projeto de lei. Nele, o que mais animou os clubes é a proposta que, ao virar empresa, os times têm as dívidas com o governo reduzidas e um prazo estendido para o pagamento do débito restante. A proposta foi criada com o objetivo de estimular os clubes a se transformarem em empresa.
Essa ideia, porém, teve oposição do Flamengo. O clube, que conseguiu reduzir brutalmente sua dívida nos últimos seis anos e, com o Profut, tem resolvido o passivo com o governo, mostrou-se contrário à proposta de criar mais um plano de refinanciamento de dívidas. Em 2015, o Profut foi a terceira iniciativa no âmbito federal de perdoar parte dos débitos dos clubes para dar a eles fôlego financeiro.
Outra proposta do deputado de criar um fundo de financiamento para ser acionado a clubes próximos da falência foi amplamente rechaçada pelos times, que consideram não haver condições de se criar um novo fundo de solidariedade. Atualmente, os times precisam depositar 0,5% do salário mensal dos jogadores e 0,8% sobre o valor de transferência de atletas para a Federação das Associações de Atletas Profissionais (Faap), entidade que é responsável por dar assistência social e educacional a atletas profissionais, aposentados e em formação.
O encontro também serviu para que os representantes dos clubes colocassem a Pedro Paulo algumas ideias para o projeto de lei. Uma delas foi a de fazer com que clubes menores pudessem ser enquadrados como microempresas, o que reduziria a carga tributária sobre eles e facilitaria o funcionamento das entidades.
A união entre dirigentes e políticos deve acelerar o projeto de criação de uma lei para facilitar a transformação dos clubes em empresas. A esperança dos cartolas, com isso, é de as entidades terem mais acesso a empréstimos e investidores.