O piloto brasileiro Lucas Di Grassi foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como novo embaixador para o meio ambiente nesta sexta-feira (27), em Paris. Di Grassi é o atual campeão da Fórmula E, categoria que utiliza apenas carros elétricos e, portanto, não geram poluição.
Este, no entanto, não é o único motivo para a escolha do piloto brasileiro. Além de atuar nas pistas, Di Grassi também trabalha em setores que buscam o desenvolvimento da tecnologia de mobilidade limpa e é considerado um porta-voz junto ao público internacional por conta da carreira como piloto.
“Estou muito honrado por ter sido escolhido para contribuir com a ONU no combate a um dos problemas mais importantes e urgentes para o nosso planeta: a contínua má qualidade do ar em todos os continentes, especialmente nos mais urbanizados. Cerca de 95% das pessoas vivem em áreas onde a qualidade do ar excede o índice máximo definido pela Organização Mundial da Saúde. Anualmente, mais de seis milhões de pessoas são vítimas de doenças relacionadas à má qualidade do ar. Somente isso já mostra a urgência de criarmos uma maior consciência global sobre o problema”, declarou o novo embaixador do programa da ONU.
Segundo estudos promovidos pelo Health Effects Institute, órgão que pesquisa os efeitos da poluição e outros agentes sobre a saúde humana, os países emergentes apresentam os piores índices de qualidade do ar. Por isso, também registram a maior quantidade de óbitos prematuros ligados a doenças de origem respiratória.
“No Brasil, espera-se que mais de 90% da população viva em áreas urbanas até 2030. Essa concentração traz diversos tipos de problema e um deles certamente são grandes focos de poluição atmosférica. As pessoas em geral não sabem, mas as doenças ligadas à poluição do ar são a quinta maior causa de mortes no mundo. É preciso que elas conheçam o problema para que tenham vontade de lutar contra ele”, afirmou Di Grassi.
Carro autônomo de corrida desenvolvido pela Roborace. (Foto: Divulgação)
O piloto tem realizado palestras sobre tecnologia da mobilidade e mobilidade sustentável, e é CEO da Roborace, empresa que será responsável por lançar o primeiro campeonato mundial de carros de corrida autônomos, que usam motores elétricos e dotados de inteligência artificial. O projeto está em fase de testes, mas já bastante adiantado.
“A indústria global tem buscado soluções, como mostra o crescente sucesso da tecnologia dos carros elétricos, mas estamos ainda muito longe dos objetivos necessários. A sociedade desenhou suas cidades de forma a privilegiar o trânsito dos veículos. Agora é hora de agradecer esse privilégio com os benefícios de tecnologias que contribuam para a preservação do meio ambiente”, finalizou o piloto.