O Barcelona apresentou na última sexta-feira seu mais novo patrocinador: a casa de aposta BetFair. O contrato, de três anos de duração, é simbólico do momento que vive o segmento. A marca ficará longe do espaço máster do uniforme do time catalão, que permanece sem aporte. O contrato envolve a cota de “parceiro oficial”, a terceira na hierarquia de apoiadores do clube espanhol.
Hoje, o cenário de patrocínios esportivos de casas de apostas está distante do que foi há dez anos. Na metade da década de 2000, grandes clubes da Europa carregavam no máster alguma empresa do segmento. Na Espanha, não era o Barcelona, mas o Real Madrid que mantinha o Bwin no peito. E estava longe de ser exceção. O Milan também teve a Bwin, a Juventus teve a BetClic, que também patrocinou o Olympique de Marseille.
No início da década de 2010, o protagonismo dessas empresas começou a ser ofuscado com a chegada de gigantes árabes. Foi o caso da Emirates, que fez com que Real Madrid e Milan mudassem de patrocínio. O Barcelona, até então ‘paquerado’ por empresas de aposta, fechou com a Qatar Airways.
Houve, também, alguma resistência de clubes ao avanço das apostas. Em 2006, o Manchester United chegou a fazer um anúncio oficial para explicar a rejeição à casa de apostas Masion. Para o clube, a superioridade financeira em relação à proposta da AON, seguradora que fechou de fato com o clube, não se justificava. Não era essa a imagem almejada pelo marketing inglês.
Essa ausência de protagonismo não significa ausência de fato. Na Premier League, por exemplo, as casas de aposta estão em nove dos 20 times. No entanto, elas não estão em nenhum dos considerados grandes, como o próprio Manchester United.
Em números, esse novo movimento das casas de aposta é significativo. Segundo o instituto de pesquisa Repucom, o investimento do segmento quase triplicou nos patrocínios de camisa das seis principais ligas da Europa (Inglaterra, Alemanha, Espanha, França, Itália e Holanda). Na temporada 2014/2015, foram investidos € 15 milhões, contra € 42 milhões no período 2015/2016.
Dos seis segmentos mais importantes entre os principais patrocinadores de clubes europeus, apenas o automotivo teve um incremento proporcionalmente maior do que as casas de apostas. E, nesse caso, apenas um acordo, entre Manchester United e Chevrolet, é o responsável por grande parte desse crescimento.