O Brasil entrará em campo contra a Argentina pela terceira rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, com o apoio pontual da Zaeli, uma das principais indústrias alimentícias do Paraná.
O jogo será realizado na próxima quinta-feira (12) no Monumental de Nuñez, estádio do River Plate, com a marca da empresa nos painéis eletrônicos que ficam na lateral do gramado.
Segundo a Máquina do Esporte apurou, o contrato foi fechado diretamente com Klefer, agência de marketing da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ligada à Traffc, de J Hawilla
Com a exposição da Globo, o acordo é uma estratégia da empresa para apresentar a campanha Pede Zaeli, que tem o cantor Zezé Di Camargo como protagonista. Os valores do contrato não foram divulgados. Nenhuma propriedade do uniforme está envolvida na parceria.
“Temos uma estratégia bastante agressiva para este último trimestre do ano e para 2016. Nosso objetivo é impactar o público, fortalecer e consolidar ainda mais nossa marca, que já está e que estará cada vez mais presente na mesa dos brasileiros”, disse Alessandro Guerra, gerente de marketing da Zaeli.
A Zaeli tem na utilização dos pontuais a sua principal estratégia de patrocínio no futebol. Neste ano, a empresa já esteve nos uniformes de Santos e Internacional, por exemplo.
Acordo pode ser um dos últimos da dupla Traffic-Klefer na CBF
Em agosto, a Copa Sadia do Brasil anunciou dois novos parceiros: a marca de pneus Continental e a empresa de suplementação Krom. Os dois patrocínios foram os primeiros fechados pela Traffic após o estouro do escândalo de corrupção que envolve J. Hawilla, fundador da agência de marketing esportivo.
Os negócios, apesar de fortalecerem a agência em meio a maior crise de sua história, não são garantia da manutenção do acordo que a Traffic tem, em conjunto com a Klefer, para explorar os direitos comerciais da Copa do Brasil a partir do ano que vem, segundo reportagem de Erich Beting publicada em agosto.
Em conversa com a reportagem da Máquina do Esporte, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, afirmou que a entidade tem revisto todos os acordos vigentes, entre eles o que dá a Traffic e Klefer os direitos comerciais sobre a Copa do Brasil e que é alvo da investigação de pagamento de suborno a dirigentes do futebol.
“Estamos revendo todos os contratos. Não podemos pagar pelo que foi feito no passado, mas aquilo que for bom para a CBF continuará a vigorar”, disse Feldman, sem especificar sobre a situação do acordo Traffic-Klefer.
A Traffic é quem negocia as placas de publicidade dos jogos da Copa do Brasil, que entra na fase de oitavas de final hoje. Já a Klefer cuida das ativações das marcas patrocinadoras do torneio.
O contrato entre as duas agências e a CBF é alvo das investigações do FBI americano. Na delação que fez à Justiça dos EUA, J. Hawilla confirmou que houve um acordo com a Klefer para pagar propinas a dirigentes da CBF em troca da licença, entre 2015 e 2022, do contrato de exploração comercial da Copa do Brasil.
A CBF recebe R$ 128 milhões pela cessão dos direitos durante esse período. A Copa do Brasil tem, neste ano, 16 patrocinadores, recorde de sua história.