A história do futebol de areia está inteiramente entrelaçada com a agência Koch Tavares. Mas, na última segunda-feira, a CBF deu entrada ao divórcio nessa relação. A entidade oficializou parceria com a Confederação de Beach Soccer do Brasil (CBSB), que passará a administrar a modalidade no país.
A mudança brusca da CBF causou uma situação esportiva inusitada. No dia 8 de junho, a Koch Tavares havia anunciado a pré-convocação da seleção para a Copa do Mundo da Fifa. Na segunda-feira, sob o comando da CBSB, o time nacional teve uma nova pré-convocação, dessa vez com um técnico diferente. Júnior Negão passa a ocupar o cargo que era de Alexandre Soares.
A mudança faz parte de uma briga política que envolve o futebol de areia desde o ano passado, quando a CBF já havia tentado destituir a CBSB, mas teve o plano frustrado na Justiça. Agora, a entidade alterou seu estatuto, conferindo a ela poderes plenos para designar a entidade que seria a representante do futebol de areia e ainda do futsal (que também enfrenta problemas de reresentatividade e racha político).
Ainda que a agência tenha perdido a administração da seleção, a gestão comercial do time brasileiro permanece com a empresa comandada pelo ex-tenista Luís Felipe Tavares. Hoje, a seleção mantém contratos de patrocínio com Itaú, Chevrolet e Nike, todos fechados pela Koch Tavares. As três empresas também são patrocinadoras da CBF e da seleção de futebol.
O futebol de praia, com as regras atuais, foi uma criação da agência com a Globo, ainda em 1994. Um Mundialito da modalidade foi criado no mesmo ano, com o apoio da emissora carioca. Foi a Koch Tavares também que levou o esporte à Fifa e que realizou a primeira Copa do Mundo reconhecida pela entidade máxima do futebol, ainda em 2005.
A CBSB assumirá o posto da Confederação Brasileira de Beach Soccer (CBBS), criada em 1998. No fim de 2014, algumas federações estaduais romperam com a CBBS, com o argumento de que a entidade mantinha papel tímido no desenvolvimento da modalidade. Havia, então, a pressão pela criação da CBSB.
Em nota no site da CBF, o presidente da CBSB, Rodrigo Royo, comentou a situação: “Este é o momento de união das federações e de todos os que fazem o beach soccer no Brasil. Tenho certeza de que a modalidade vai crescer muito a partir de agora”.
A Koch Tavares preferiu não se pronunciar sobre o caso neste momento, e a CBF não atendeu à reportagem.