Não é só no Brasil que a venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro está enroscada. Enquanto, por aqui, o Palmeiras segue sem um acordo com o Grupo Globo para exibir seus jogos na TV aberta e PPV, para o exterior a situação é ainda pior. Pela segunda vez, os clubes rejeitaram a negociação que havia sido assinada, e uma nova licitação será lançada.
Durante toda a terça-feira (30), uma reunião na sede da CBF, no Rio de Janeiro, com os representantes dos clubes da Série A do Brasileirão, definiu que a proposta vencedora, do consórcio SportPromotion/Ecotonian, não seria mais aceita. Segundo a entidade, a decisão partiu por sugestão do presidente da CBF, Rogério Caboclo.
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“Diante das novas condições de negócio apresentadas, o presidente da CBF, Rogério Caboclo, manifestou aos presentes que não se sentia confortável com a assinatura do contrato naqueles termos e fez uma recomendação aos clubes de que recusassem as alterações e exigências contratuais feitas pelo consórcio”, disse a CBF, em nota oficial publicada no site. A vencedora do consórcio propunha vender também os direitos comerciais dos times para sites de apostas no exterior.
A decisão tomada, então, passa a ser iniciar um novo processo de licitação, mais uma vez conduzido pela consultoria EY. De acordo com a CBF, as alterações propostas pelo consórcio mudavam o que era previsto pelo edital de licitação.
Segundo apurou a Máquina do Esporte, os clubes já consideram que o ano de 2019 está “perdido” em relação à comercialização dos direitos de transmissão para o exterior. Na nova licitação, é possível que o contrato contemple a venda a partir de 2020, entregando a atual temporada como uma espécie de bônus.
A venda dos direitos de transmissão para o exterior é uma novela que completa neste mês um ano. Em maio do ano passado, a CBF e os clubes venderam para a obscura empresa BR News Media os direitos. A empresa havia comprado a revista Placar da editora Abril, mas já não havia cumprido com os prazos de pagamento. Tempos depois, a empresa mudou de nome para BR Foot Media e, em janeiro deste ano, sem conseguir honrar os compromissos assumidos, o negócio foi desfeito.
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A CBF, então, contratou a EY para realizar a licitação. Inicialmente, ela envolveria tanto os direitos de mídia para o exterior quanto a comercialização de placas de publicidade para o torneio. No final das contas, o projeto foi dividido em dois, mas a SportPromotion venceu as duas concorrências. Agora, mais uma vez o debate voltará para o mercado. Resta saber se ainda haverá empresas interessadas em participar da concorrência ou se ela seguirá sendo apenas para direitos de mídia.