“É tão absurdo, que na porta do nosso estádio havia vendedores com produtos piratadas estendidos, à venda. Eu fui lá, expliquei que tomaria medidas drásticas, e eles aceitaram. Mas quando saí, eles voltaram”. Esse é o relato de Demetrius Coelho, diretor de marketing do Fortaleza, mas essa realidade pode mudar em breve.
Em parceria com o Ministério Público, Fortaleza e Ceará irão lançar nas próximas semanas nova campanha de combate à pirataria. A primeira se restringiu à conscientização de torcedores, com pedidos para que não comprassem produtos clandestinos, mas dessa vez o intuito é fazer operação mais abrangente, que encontre a origem do problema.
“A ação anti-pirataria irá desde o lançamento de campanha nos sites oficiais dos clubes, de orientação, educação do torcedor, até o cadastramento de fábricas clandestinas, para que se cadastrem ou sejam fechadas”, explica Coelho. Torcedores que ajudarem a localizar essa fábricas podem até ser recompensados.
O objetivo é evitar o desperdício de receitas que viriam para o clube, mas acabam nas mãos de pessoas que usam a marca da equipe indevidamente. O Fortaleza estima que irá conseguir reaver valor em torno de R$ 100 mil mensais, caso a operação seja bem sucedida. O Ceará não tem números nesse sentido, mas tem planos.
“De um lado, temos de oferecer uma opção para a legalização, mas, por outro, também temos de oferecer ao cliente, nosso torcedor, produtos com preço compatível”, argumenta Mauricio Dias, coordenador comercial da equipe alvinegra. Os preços de camisas oficiais não devem ser reduzidos, mas alternativas deverão surgir.
Uma das atitudes que o Ceará pretende tomar para convencer a torcida a consumir produtos licenciados é diversificar o portfólio, com camisas comemorativas e souvenirs, de modo que esses artigos sejam financeiramente acessíveis para classes econômicas mais baixas, mas que não desvalorizem a camisa oficial, de jogo.