A Associação Chinesa de Futebol (CFA) decidiu passar o controle da Super Liga Chinesa (CSL), principal competição de futebol do país, aos clubes que disputam o torneio. O objetivo da entidade é, assim, incentivar e impulsionar o desenvolvimento comercial da liga como um todo.
Atualmente, a Super Liga Chinesa é administrada por uma holding. Dentro dela, 36% do capital pertencem à Associação Chinesa de Futebol, enquanto cada um dos 16 clubes possui 4%. Até o final deste ano, a entidade vai renunciar à participação majoritária, permitindo que os clubes formem um comitê para dividir todo o controle entre si.
Paulinho, ex-Corinthians, é um dos diversos brasileiros que atuam na CSL (Foto: Reprodução / Twitter (@CSLfutbol))
“No futuro, a CSL deve operar como uma empresa independente e orientada para o mercado, como a Premier League na Inglaterra. A CFA não se envolverá mais no dia a dia e não atuará mais como acionista da liga profissional, permanecendo apenas com os direitos de propriedade e funcionando como um órgão de supervisão. A administração e as operações serão transferidas para o comitê da liga profissional”, revelou Liu Yi, diretor geral de segurança da CFA.
Em agosto deste ano, após ser eleito presidente da CFA, Chen Xuyuan concedeu uma entrevista à Xinhua, agência de notícias oficial do governo chinês, e nela já havia dado indícios do que pretendia fazer.
“A CSL e as ligas inferiores estão se desenvolvendo rapidamente nos últimos anos, mas ainda estão enfrentando uma enorme crise. O desenvolvimento saudável das ligas profissionais é a pedra angular do futebol chinês. Os clubes precisam ser financeiramente independentes. Estamos longe disso. Acho que no futuro, a CSL e a CFA serão parceiras. Enquanto deixarmos as regras claras, não haverá muito conflito entre as duas e nossas ligas profissionais serão capazes de se desenvolver melhor”, disse à época.
Com a mudança, a liga chinesa segue o que fez a Premier League em 1992. A competição, que hoje é considerada a principal do mundo do futebol, foi criada naquele ano como FA Premier League, após a decisão dos clubes da primeira divisão de romperem com a Football League, originalmente fundada em 1888, com o intuito de aumentarem suas receitas provenientes de direitos de televisão.