Os principais clubes paulistas e a Federação Paulista de Futebol endossaram o coro para o fim do poder da CBF sobre a organização dos Campeonatos Brasileiros das séries A, B, C e D.
FPF, Corinthians, Palmeiras, Ponte Preta, Santos, São Paulo, Oeste e Bragantino assinam o documento, em que afirmam que os clubes devem passar a gerenciar todos os contratos relativos às principais divisões do torneio nacional.
Essa é mais uma pressão que sobre a CBF, agora comandada interinamente pelo vice-presidente Marcus Vicente. O pedido pela criação de uma Liga já estava presente nos clubes formadores da chamada Primeira Liga, o torneio Sul-Minas com a presença de Flamengo e Fluminense.
A principal voz a favor da Liga já estava dentro da própria CBF, com o vice-presidente Delfim Peixoto. O dirigente chegou a lançar uma carta aberta ao “futebol brasileiro” nesta semana. Nela, além de chamar a licença de Del Nero de golpe, o cartola prometeu assumir o comando e criar uma Liga Nacional para gerir as Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
O posicionamento dos clubes paulistas, com o apoio da Federação do Estado, mostra também o distanciamento da entidade com a CBF. Marco Polo Del Nero era o presidente da FPF, mas, desde que saiu, seu substituto, Reinaldo Carneiros Bastos, tem dado mostras de “choque de gestão”. O plano é tornar a gestão do futebol paulista mais moderno.
Confira abaixo a nota na íntegra:
Nós, presidentes da Federação Paulista de Futebol, de Bragantino, Corinthians, Oeste, Palmeiras, Ponte Preta, Santos e São Paulo, após reunião nesta segunda-feira (7), entendemos, em conjunto, que chegou a hora de os clubes assumirem o protagonismo dentro da CBF.
Unido, o futebol paulista reivindica que a gestão da CBF conduza um processo de transição para mudanças profundas no modo de administrar o futebol. Este, na nossa visão, esgotou-se e precisa ser reconfigurado, como ficou evidente após os recentes escândalos no nosso esporte.
A primeira medida que será cobrada prevê que a Comissão de Clubes da CBF comande efetivamente a organização das Séries A, B, C e D do Brasileiro.
Defendemos que deve caber a esta comissão atuar de forma direta na elaboração do calendário do futebol nacional, na condução de todas as negociações comerciais e de marketing que envolvam os campeonatos brasileiros, além de promover mudanças no atual modelo de arbitragem.
Alinhados, cobraremos atitudes coerentes com estes princípios de quem quer que esteja no comando da CBF em 2016.
São Paulo, 7 de dezembro de 2015
Reinaldo Carneiro Bastos
Presidente da Federação Paulista de Futebol
Marcos A. Nassif Abi Chedid
Presidente do Clube Atlético Bragantino
Roberto de Andrade
Presidente do Sport Club Corinthians Paulista
Ernesto Francisco Garcia
Presidente do Oeste Futebol Clube
Paulo de Almeida Nobre
Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras
Vanderlei Aparecido Pereira
Presidente da Associação Atlética Ponte Preta
Modesto Roma Júnior
Presidente do Santos Futebol Clube
Carlos Augusto de Barros e Silva
Presidente do São Paulo Futebol Clube