O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) repetiu o expediente utilizado há um mês e meio e aproveitou o sucesso do país no Mundial de Esportes Aquáticos para defender a atual divisão da Lei Piva, que destina dinheiro de loterias para o esporte. Na esteira das conquistas de César Cielo, Felipe França e Poliana Okimoto, a entidade ressaltou o apoio do benefício federal para o resultado obtido. ?Podermos acompanhar nadadores como o César Cielo, Felipe França, Kaio Márcio, Nicolas Santos, Nicolas Oliveira, Thiago Pereira, Daynara de Paula, Gabriela Silva, entre outros, é um prazer. Saber que eles tiveram a melhor preparação possível para o Mundial de Roma 2009 comprova a enorme import”ncia da lei Agnelo/Piva?, disse Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo de esportes do COB, em nota oficial divulgada à imprensa. O argumento da entidade é que a adaptação da seleção brasileira teria sido fundamental para o desempenho. As escalas em Portugal e Espanha e a participação no torneio Mare Nostrum foram custeadas com verba da Lei Piva. ?Com os recursos da lei, nossos atletas fizeram um período de aclimatação e participaram de competições de alto nível na Europa, antes do Mundial. Além do talento dos nadadores, a evolução da modalidade passa pela boa administração dos recursos da Lei Agnelo/Piva, que completa o trabalho dos treinadores e dos clubes e viabiliza o planejamento das Confederações?, disse Marcus Vinícius Freire. O problema é que os três medalhistas brasileiros não usam esse dinheiro na maior parte de seus treinamentos. Todos são atletas do Pinheiros, e o maior destaque deles, o velocista César Cielo, treina em Auburn, nos Estados Unidos, desde o último ciclo olímpico. A maratonista Poliana Okimoto, por sua vez, faz a maior parte de sua preparação em uma base na cidade de São Vicente, no litoral sul de São Paulo, enquanto Felipe França usa a sede do clube na capital. Não por acaso, o Pinheiros é um dos mais engajados na briga pela redistribuição das verbas da Lei Piva. Antonio Moreno, presidente da agremiação, é o vice-presidente do Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos (Confao), que pleiteia, desde fevereiro, participação na divisão, que hoje privilegia apenas os Comitês Olímpico e Paraolímpico.