A concessionária do Maracanã se uniu aos dois clubes que mantêm contrato com o estádio, Flamengo e Fluminense, e lançou um manifesto contra as medidas adotadas pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro. Após proposta sugerida pelo presidente do Vasco, Eurico Mirando, foi estabelecido um teto para os ingressos do torneio.
Pela nova regra, todo tíquete é considerado meia-entrada. Os preços máximos, fixos por tabela, variam de R$ 5, para partidas entre equipes pequenas, a R$ 50, valor para os clássicos estaduais. O objetivo das medidas é aumentar a média de público do torneio, que em 2014 não chegou a 3 mil pessoas por partida.
Foram cinco questões levantadas pelo Maracanã. Além da crítica ao tabelamento de preços e à meia-entrada universal, a concessionária citou a “descaracterização do mandante das partidas”, a “imposição de prejuízo” e a “localização das torcidas”, lembrando que Flamengo e Fluminense têm local fixo no estádio, algo previsto em contrato.
Segundo o Maracanã, as entidades privadas têm direito de definir a precificação de seus eventos. Com os preços estabelecidos, Flamengo e Fluminense seriam obrigados a jogar com prejuízo, o que seria inconstitucional. A administração do estádio lembra também que em todo o jogo cerca de 20% do público não paga ingresso, entre crianças, idosos e donos de cadeira cativa.
Além do prejuízo com a bilheteria, o Flamengo já havia alegado que a medida atrapalharia o programa de sócio-torcedor, uma das principais apostas do marketing do clube nos últimos anos. Com o atual valor, a diretoria flamenguista afirmou ter que extinguir os descontos para os associados.
A medida da FERJ é exatamente a oposta do que é realizada pela Federação Paulista de Futebol. No Campeonato Paulista, existe a regra de preço mínimo estabelecido em R$ 40, algo que é quebrado justamente com os programas de sócio-torcedor ou por promoções esporádicas. A média de público também não foi satisfatória: 5,6 mil pessoas.
Em 2014, ingressos altos também resultaram em público baixo no Campeonato Carioca. Flamengo e Fluminense, por exemplo, fizeram clássico no Maracanã para 15 mil pagantes. O mesmo Flamengo chegou a jogar para menos de 3 mil pessoas no principal estádio do Rio de Janeiro, quando enfrentou o Madureira. Foi o pior público da arena após a reforma para a Copa do Mundo.