Quando foi rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro, o Corinthians vivia um drama além das linhas do gramado. Sua dívida chegava a R$ 101,6 milhões, após uma sucessão de déficits criados em temporadas seguidas. Hoje, o clube comemora uma situação inversa, com superávits apresentados. Ainda assim, a dívida saltou para R$ 122,1 milhões, o que não tem preocupado a diretoria.
Entre 2005 e 2007, últimos anos da gestão Alberto Dualib e que contaram com a parceria com a MSI, o Corinthians teve déficit de R$ 100,6 milhões. Já nos anos de presidência de Andrés Sanchez, o clube conseguiu R$ 20,4 milhões de superávit, considerando os anos de 2008, 2009 e 2010.
Ainda assim, a dívida do clube aumentou em mais de R$ 20 milhões, valor atingido integralmente no ano de 2010. A explicação está no alto investimento realizado no ano do centenário corintiano. Foram R$ 46 milhões gastos, divididos entre contratações de atletas (R$ 25 milhões) e construção do novo centro de treinamento no Parque Ecológico do Tietê (R$ 21 milhões).
À Máquina do Esporte, o diretor de finanças do Corinthians, Raul Corrêa, explicou porque a nova dívida contraída não pode ser considerada um retrocesso, mas sim uma consequência do superávit alcançado. “É como se uma pessoa conseguisse juntar algum dinheiro e desse entrada em um carro novo. Ele vai contrair uma dívida, mas é um investimento”, afirmou.
Corrêa ressaltou que o valor empregado pelo clube paulista no último ano não foram em vão, mas sim em fatores que se concretizem como investimentos de fato. “Se você gasta R$ 20 milhões em um jardim, esse dinheiro não volta. Mas, no caso do Corinthians, jogadores e um centro de treinamento darão retorno financeiro”, reiterou.
Em 2007, a dívida de R$ 100 milhões era considerada um grave problema financeiro para o clube. Naquele ano, o faturamento corintiano foi de R$ 63 milhões, desconsiderando as transferências de jogadores. Com essa mesma ressalva, em 2010 o Corinthians faturou R$ 177,7 milhões, o que tornou a dívida, hoje, um valor administrável.
Os dados foram lançados nesta terça-feira, no lançamento do relatório de sustentabilidade de 2010, documento apresentado pelo terceiro ano consecutivo. Trata-se de um levantamento financeiro do clube, com o suporte da Report Comunicação e checado pela PricewaterhouseCoopers e pela BDO Trevisan. O documento é realizado com as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI).
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