O Náutico formalizou na última segunda-feira (17) a intenção em migrar para a Arena Pernambuco, estádio que está sendo construído para a Copa do Mundo de 2014 pelo governo estadual. A decisão contrariou a posição tomada pelos clubes pernambucanos até então, de rejeitar o novo espaço, e gerou ceticismo entre outros dirigentes.
O tamanho da torcida alvirrubra, numericamente inferior a Sport e Santa Cruz, é a primeira razão de desconfiança. ”A viabilidade econômica de uma arena depende de público, e com o Náutico jogando lá, com a média de público que tem, qual será a garantia que ele leva?”, questiona executivo ligado à gestão do rival rubro-negro.
Números referentes à Série B do Campeonato Brasileiro deste ano corroboram com as dúvidas do dirigente do Sport. Mesmo situado na zona de ascenção à elite nacional, o Náutico levou 13.554 pessoas ao estádio Aflitos na última terça-feira, bastante distante dos 59.966 pagantes que viram o Santa Cruz voltar à Série C no último sábado.
O público inferior se deve, segundo dirigente ligado ao Santa Cruz, ao perfil da torcida do Náutico. ”Eles têm um estádio que, por menor que seja, tem localização privilegiada e 80% da torcida morando nos arredores”, conta. ”Quando há jogo sem muita torcida rival, dá para trafegar próximo ao estádio sem problemas, porque a torcida vai a pé”.
Em função dessa característica, na qual torcedores vão a jogos nos Aflitos estimulados pela proximidade com o estádio, há dúvidas a respeito da locomoção até a Arena Pernambuco. ”Não sei se a torcida terá disposição para pegar uma hora de estrada para ir a jogos que começam às 20h30”, aponta. ”Hoje, ela não faria isso”.
Com ou sem o ceticismo de Sport e Santa Cruz, o Náutico está decidido em ”alugar” os Aflitos para algum empreendimento e rumar para a arena da Copa. Para estimular a torcida a aceitar a mudança, a vice-presidência de marketing, comandada por Carlos Renato Rocha, fará ações de marketing motivacionais voltadas para fãs.