Mesmo com a renovação do contrato com a Caixa, a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) teve que readequar o orçamento para o ciclo olímpico dos Jogos de Tóquio 2020.
O banco diminuiu quase 20% o aporte à entidade em relação ao que foi recebido em 2016. De R$ 16 milhões, o patrocínio caiu para R$ 13 milhões. Contando todo o ciclo olímpico anterior, a redução foi de R$ 64 milhões para R$ 60 milhões.
“Mudamos o foco no repasse de dinheiro aos atletas. Estamos trabalhando em cima de meritocracia. Esse contrato vai ser baseado em performance, medalhas e com bons prêmios para quebra de recorde”, disse José Antonio Martins Fernandes, o Toninho, presidente da CBAt.
Um dos maiores investimentos será com o GP Brasil, no próximo sábado (dia 3), na Arena Caixa, em São Bernardo, e o Troféu Brasil, na semana seguinte, que define a equipe para o Mundial de Londres, em agosto.
“Os eventos serão bancados co o patrocínio da Caixa ao custo de até R$ 1,2 milhão”, conta Warlindo Carneiro, vice-presidente da CBAt.
Anteriormente, a CBAt chegou a promover um circuito de GPs, com etapas em Uberlândia, Fortaleza, Rio e Belém, que tinha patrocínio do governo do Pará e fechava o calendário.
Com tanto apoio, que a entidade chegou a pensar em trazer ao país uma etapa da Liga Diamante, principal evento do circuito do atletismo. O custo, porém, inviabilizou a ideia.
“Tivemos que nos acalmar devido à crise financeira. O país precisa assinar um contrato de US$ 4 milhões por ano durante cinco temporadas”, conta Warlindo.
Sem verba, até o circuito anterior foi enxugado para uma etapa desde 2016. Já o Troféu Brasil, que tinha quatro dias de disputas, reduziu a duração para três.
Outro investimento está na estruturação do Centro Nacional de Desenvolvimento de Atletismo que ocupa o antigo CT da equipe Rede Atletismo, em Bragança Paulista (SP).
O espaço foi comprado por Edemir Pinto, ex-presidente da BM&F Bovespa, e alugado à CBAt por 20 anos, sendo que os primeiros 30 meses são gratuitos. Depois disso, o aluguel será de R$ 10 mil ao mês.
“Ele também vai fazer lá um orfanato e uma escola profissionalizante. Com a confederação, ele vai fazer porque gosta, porque tem relação com o atletismo”, afirmou Toninho lembrando que a BM&F Bovespa é dona da principal equipe da modalidade no país.