Atual número 21 do ranking mundial da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), o paulistano Thomaz Bellucci perdeu na estreia do ATP 250 de Gstaad, no qual defendia o título, e deve perder posições. Essa não é, contudo, a maior preocupação para ele no atual momento. Envolvido em grande polêmica e pressionado pela Topper, sua atual fornecedora de material esportivo, o brasileiro vai anunciar no próximo fim de semana a marca que vestirá nos próximos anos.
Bellucci tem uma proposta da Adidas e sondagens de outras marcas, mas seu contrato dá direito de preferência para a Topper na renovação. O atual vínculo termina neste sábado, mas a empresa do grupo Alpargatas demonstra otimismo sobre a chance de manter o brasileiro em seu portfólio de atletas.
“Acho que vamos fechar. Estamos conversando há algum tempo, e até agora ele não nos mostrou nenhuma outra proposta. Pensamos em tudo como ele pediu, e isso nos dá confiança”, explicou Fernando Beer, diretor de artigos esportivos da Alpargatas.
A proposta da Topper para Bellucci já está formatada, mas ainda não foi apresentada ao jogador. A empresa mostrará detalhes somente depois de saber os termos das ofertas feitas por outras companhias.
No entanto, a proposta da Topper segue um padrão estabelecido pelo contrato anterior com Bellucci. A tendência é que as alterações sejam limitadas a participação do tenista em campanhas da marca e valores. “Ele era 300º do mundo quando assinou com a gente, e hoje está entre os 25 melhores. O nível, evidentemente, é bem diferente”, disse Beer.
Sobre a publicidade, a proposta da Topper passa por um uso mais constante de Bellucci, que será o grande nome da marca para alto rendimento no tênis brasileiro. Atualmente, esse posto ainda é ocupado por Fernando Meligeni, já aposentado.
O uso de Bellucci em um número maior de ações também reflete a nova política que a Topper terá no segundo semestre deste ano. Até julho, a empresa decidiu retirar grande parte de suas iniciativas de mídia para não disputar espaço com a Copa do Mundo de futebol.
Em contrapartida, a Topper vai pressionar Bellucci porque o tenista não tem usado calçados da marca. Ele já usou material de Nike, Fila e Yonex em torneios, sempre com logotipos pintados da mesma cor do produto.
“É curioso porque ele diz que não se adaptou ao tênis. Temos dez tenistas patrocinados, e só um deles reclama do produto. Não sei se o problema dele é no pé ou na cabeça”, questionou Beer. “Isso é uma coisa que ele já sabe: se for para usar tênis de outras marcas, nós não o queremos”, completou Gilberto Ratto, gerente de marketing esportivo da Alpargatas.
Até por conta da negociação vigente, a Topper evita fazer declarações sobre a postura de Bellucci. Internamente, porém, circulam versões diferentes para a restrição do tenista ao calçado. As hipóteses aventadas vão desde um real desconforto até uma ação premeditada para servir de argumento neste fim de semana para ele evitar que a marca exerça seu direito de preferência e renove o aporte.
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