As seleções brasileiras de handebol estarão vestidas da cabeça aos pés de Asics durante os Jogos Olímpicos. Por determinação do contrato entre a CBHb e a Asics, os jogadores serão obrigados a vestirem os calçados da fornecedora. A situação tem gerado desconforto em alguns atletas, que possuem contratos com outras marcas e que não estão conseguindo liberação para usar o calçado durante os Jogos.
O motivo para o veto, de acordo com a confederação, é o fato de que os atletas só fecharam seus contratos após o acerto entre CBHb e Asics, em 2012. No acordo entre a marca e a entidade, o atleta que não tivesse contrato com nenhuma outra marca deveria jogar com os modelos da empresa. A Asics não confirma a informação. Afirma, apenas, que não foi informada sobre qualquer atrito entre atletas e entidade, e que o contrato entre ela e a CBHb é confidencial.
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A situação fez com que a maior estrela do time feminino brasileiro, Duda Amorim, perdesse um acordo com a Adidas. A marca alemã chegou a negociar com a atleta, eleita a melhor do mundo em 2014, mas por conta da imposição de uso do calçado da Asics, as negociações esfriaram.
Segundo a Máquina do Esporte apurou, alguns atletas têm sido questionados por seus patrocinadores pessoais sobre o veto imposto pela confederação. Os atletas, com receio de criarem algum atrito pré-Jogos, optaram por não peitar a entidade. A CBHb afirma que os atletas já têm usado os tênis da Asics para treinar, o que impediria maiores problemas de adaptação com o calçado.
Com isso, as seleções feminina e masculina jogarão no Rio de Janeiro apenas com calçados da Asics. A situação é única entre as diferentes modalidades que estarão nas Olimpíadas e que possuem situação similar. No futebol, no vôlei, no basquete e no atletismo, os atletas poderão usar calçados de patrocinadores pessoais. Na cerimônia de pódio, por conta do contrato da Nike com o Comitê Olímpico do Brasil, apenas a marca americana estará presente.
A obrigatoriedade de uso de apenas uma marca também pelos atletas não é comum no esporte moderno, mas tem suas exceções. Em 2006, na Copa do Mundo da Alemanha, os jogadores do time da casa foram obrigados a utilizar chuteiras da Adidas, fornecedora do time alemão desde 1954.
A situação gerou bastante polêmica, com diversos atletas que tinham contrato com outras marcas reclamando da qualidade do calçado. Após o Mundial, a federação alemã e a Adidas derrubaram o veto, que existia desde o primeiro contrato.