O Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 estuda a alternativa de dividir o Brasil em quatro sub-regiões para atender à demanda de transportes durante o mês do Mundial. A revelação foi feita por Ricardo Teixeira, presidente do COL, durante entrevista coletiva sobre o Mundial brasileiro, realizada agora há pouco na cidade de Johanesburgo, na África do Sul.
“De fato essa é uma hipótese [dividir o país-sede em quatro sub-regiões] com a qual trabalhamos. Ela tem como objetivo poder diminuir o deslocamento dos torcedores pelo país durante o Mundial”, afirmou Teixeira.
A proposta do COL é uma alternativa para evitar maior desconforto do torcedor durante a Copa. Durante a entrevista coletiva para jornalistas de todo o mundo, Teixeira reforçou que o maior problema do país é a ineficiência do transporte aéreo.
“Como sempre digo, os três grandes desafios do Brasil para 2014 são aeroporto, aeroporto e aeroporto”, disse o mandatário da Copa brasileira.
Se a ideia de fato vingar, a decisão do COL vai contra todo o projeto do Ministério do Turismo brasileiro para promover o turismo no país durante a Copa do Mundo. A pasta criou o projeto “65 destinos”, que tem como objetivo ampliar para 65 cidades os benefícios da Copa no setor turístico.
Além disso, ao setorizar o país, a CBF acaba colocando abaixo o plano de mobilidade urbana das 12 sedes do Mundial. Em quase todo o projeto, estão previstas melhorias para facilitar o deslocamento entre cidades distantes.
A definição de sedes fixas não é uma novidade em Copas do Mundo. Até 1990, as seleções ficavam durante toda a primeira fase numa mesma cidade, deslocando-se apenas ao chegar aos jogos eliminatórios.
Essa “regra” foi colocada abaixo pelos Estados Unidos, em 1994. O país, que abrigou pela primeira vez o Mundial, exigiu das seleções o deslocamento entre as sedes, ampliando o consumo dos torcedores e incentivando o turismo dentro dos EUA. A partir daí, toda Copa do Mundo deixou de ter sedes fixas.