O investimento que o governo federal pretende fazer em intervenções de preparação para o Brasil sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 é maior do que a União colocou em obras essenciais nos últimos sete anos. Esse é o resultado de um estudo realizado pela consultoria técnica do PSDB, apresentado em audiência da C”mara dos Deputados na última quarta-feira. O evento contou com participações dos presidentes de Atlético-PR, Internacional e São Paulo, clubes que detêm as três arenas privadas que estão no planejamento brasileiro para a Copa do Mundo de 2014. Os dirigentes falaram sobre o alto nível de exigência da Fifa e pediram isenções tributárias para as obras em seus estádios. Segundo a avaliação do PSDB, apresentada na audiência pelo deputado Sílvio Torres (PSDB-SP), o governo federal deve investir R$ 130 bilhões na Copa do Mundo e nas Olimpíadas. O montante supera o que foi gasto pelo país em sete anos de obras essenciais, como transporte rodoviário, mobilidade urbana e saneamento básico. No total, segmentos como esses consumiram R$ 120 bilhões entre 2002 e 2008. Torres lembrou que a projeção financeira do governo federal para a Copa do Mundo de 2014 foi feita em 2007, antes de a crise financeira internacional explodir. Isso criou, segundo ele, um nível de exigência que atualmente está acima das possibilidades do país. ?À época, o ambiente econômico do mundo era de fartura, de prosperidade, o que gerou um discurso otimista, de que as necessidades para a organização do Mundial do Brasil seriam bancadas pela iniciativa privada. Esse panorama alterou-se radicalmente em virtude da crise. O cenário, agora, é totalmente diferente. A Fifa, no entanto, fez exigências ao Brasil para a realização da Copa imaginando que somos a Alemanha. Como vamos cumprir os compromissos assumidos que constam do caderno de encargos, assinado pelo presidente Lula, cujas exigências são exageradas??, questionou o parlamentar.