Depois de uma reunião realizada na tarde desta terça-feira, em São Paulo, o presidente do Corinthians, Andres Sanchez, anunciou que o clube vai se licenciar do Clube dos 13. Contudo, a versão do mandatário alvinegro foi contestada por Fábio Koff, que preside a entidade que representa 20 equipes do futebol nacional.
Segundo Koff, Andres disse que pediria a desfiliação do Corinthians. Depois, pediu um tempo para pensar melhor sobre o assunto. E não abordou a possível licença em nenhum momento da reunião. “Até porque isso não existe”, lembrou o presidente, citando o estatuto do C13.
Sanchez usou o termo licença quando explicou o motivo da reunião realizada nesta terça-feira. Além disso, avisou que a tendência é que o Corinthians realmente deixe de integrar o Clube dos 13.
Na prática, o termo “licença” foi a interpretação de Andres ao “tempo para pensar melhor” citado por Koff. Isso reforça a tendência de que o Corinthians deixe a entidade. “A tendência é sair. Vou conversar com os meus pares, e o anúncio será feito em breve”, projetou o presidente alvinegro.
O racha entre o Corinthians e o C13 tem como plano de fundo a negociação dos direitos de TV aberta do Campeonato Brasileiro para o triênio 2012-2014. A concorrência será feita de forma separada para cada uma das mídias, e uma decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vetou o direito de preferência da Globo na disputa.
A concorrência deu origem a dois grupos políticos no C13: as equipes que defendem a expertise, o potencial técnico e a audiência consolidada da Globo e as que preferem uma proposta financeiramente maior independentemente do autor. Se seguir o modelo proposto pela comissão de TV da entidade de times, a disputa será definida a partir de critérios técnicos.
Em meio a esse debate, Andres resolveu aproveitar a falta de unidade. A saída do Corinthians é o primeiro passo de um movimento para enfraquecer o C13 e criar nova entidade de clubes, e essa ação tem suporte de Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
“Não entendi qual é a intenção do Corinthians. Se ele quisesse mudar alguma coisa, poderia ir à assembleia dos clubes e fazer este pedido como sempre acontece quando um afiliado tem alguma demanda”, disse Koff à “Folha de S.Paulo”.